quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Do dia que nos conhecemos, ao que somos hoje

Observei você dançar quase a noite toda. Teus olhos fechados, tua mão envolta em um copo longo de vidro e teu corpo ritmado com a batida que tocava em volta. A música te abraçava. E me inebriava o modo como vocês duas pareciam pertencer uma à outra. Pensei que, se pudesse ouvi-lo, teu coração estaria pulsando, louco, no mesmo ritmo acelerado, harmonicamente em sintonia com a batida que soava ao fundo. Havia uma perfeição irrisória contornando a cena e eu absorvi tudo com o máximo de detalhes que pude. Quis te absorver para dentro de mim, pequena, quis te ter pulsando em mim, tal como a música pulsava em ti.



De olhos fechados, tu sorrias para os pensamentos que não pertenciam à mais ninguém e eu desejei estar na tua mente, ser parte do teu pensar e motivo do teu riso frouxo. Tu destoavas de todas que estavam em volta, destacando-se apenas pela singularidade de ser. O verde, de tua roupa, em contraste com teus cabelos louros, fazia de ti princesa, única, singular. Aonde quer que teus pés te levassem, descobri, meus olhos te seguiam, absortos, como se fosse impossível curtir a vida sem a tua presença notável, sem o teu carisma invejável. Veja só, pequena, tu tornastes carismática por viveres em tua própria bolha, você, apenas esbanjando sorrisos por prazer. Teu tato era cego, devastadoramente encantador. Você em sua própria companhia, distribuindo felicidade, apenas porque esta te transbordava. Teu corpo, miúdo, não fora capaz de conter tudo de riso e de alegria que te tomava parte, que te fazia ser.



Olhei-te. Por todo o tempo que me fora cabível e, pequena, descobri como seria fácil amar você. Como respirar, tranqüilo. Uma necessidade, apenas. Tomei liberdade de me aproximar, meu coração gritando no peito, agonia pura. Te vesti de mim, com um oi sussurrado, ofuscado pelo som alto que te envolvia. Tu sorriste, só, sendo mais música do que até então fora e, virando teu corpo inteiramente para mim, abriste teus olhos azuis da cor do mal e perfurasses minha tranqüilidade, tornando-me todo parte de você. Derreti e me permiti te ser. Voltastes ao teu transe inicial, sorrindo com mais frequência do que seria possível e, sem sequer prévio aviso, aproximastes, beijando-me a bochecha e dizendo-me, no tom da música: agora, somos eu e você.


Permita esbanjar sorrisos bobos por ai ao receber suas confissões em um site barato de relacionamento, porque tu nunca foste mulher de esconder o que pensas...