quarta-feira, 30 de abril de 2008

Escrever para o mundo ler

De poeta e louco, todo mundo tem um pouco.
Talvez, este trocadilho também pudesse ser usado para os escritores, pois há pessoas que, mesmo não gostando de escrever, já ousaram fazê-lo através de algumas linhas adocicadas de ternura em longas cartas para a namorada – tempo em que não havia e-mails ou messengers. Outros continuam escrevendo e, pouco a pouco, com maior capacidade, vão apresentando suas idéias de maneira clara e objetiva.
Vale lembrar que as mensagens instantâneas, sempre breves, limitaram a capacidade de as pessoas se expressarem através das letras.

Todo mundo já escreveu alguma coisa para alguém, mesmo não gostando. É interessante lembrar que, quando escrevíamos nossas cartas apaixonadas para a namorada, sabíamos que somente ela iria ler aquelas “mal traçadas linhas…” e, se acontecesse de haver alguma dúvida no entendimento do conteúdo, certamente, ela nos telefonaria para obter maiores esclarecimentos.

A cada dia, novos “blogueiros” surgem na internet. Eles escrevem desde suas tarefas cotidianas até assuntos mais relevantes. O famoso “eu queria dizer isso ao invés daquilo” não tem espaço num artigo que, em poucos segundos, é lido por centenas de milhares de pessoas.
Imaginemos o caos que seria - para quem escreve na intenção de apresentar suas idéias ao mundo - se tivesse de enviar um e-mail para cada leitor que acessasse seu artigo, explicando o que realmente pretendia dizer… Essa pessoa passaria o resto do dia reescrevendo o que já tinha escrito, mas infelizmente, de maneira não tão precisa.

Certamente, o objetivo inicial que a pessoa tinha, quando começou a escrever, foi se perdendo em longos parágrafos, idéias mal concluídas, ou em parágrafos que na verdade repetiam as mesmas coisas, mas escritas de maneira diferente.

Isso tudo me da um pouco de medo, da má interpretação, ou ate mesmo de passar idéias erradas.
E o fato de que milhões de pessoas podem ler essas bobagens? Coisas que talvez, so façam sentindo para mim mesmo...eu de verdade, nem quero pensar nisso...

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Se eu nao tivesse...

Se eu nao tivesse tido ciumes de voce...
Se eu nao tivesse perdido a confianca em voce...
Se a gente nao tivesse brigado...
Se ela nao tivesse aparecido bem nesse momento...
Se eu nao tivesse olhado pro lado e pensado em te largar...
Se ela nem tivesse ficado minha amiga..
Se voce nao tivesse todos aqueles amigos...
Se voces tivesse acreditado mais em mim do que nos outros...
Se voce nao tivesse me chamado para conversar...
Se eu nao tivesse terminado....

Sera que ate hoje estariamos juntos?

De verdade, acho que nao. Nao foram esses os motivos que separaram a gente...Eles foram so as desculpas, para o que nao podia ser parar sempre. Mas, porque? Todo o dia, todo o minuto, todo o segundo eu pergunto para mim mesmo: porque, aqui dentro, parece que vai ser para sempre?

Have things that no rehab change....

domingo, 27 de abril de 2008

Minha vida é monótona. E por isso eu me aborreço um pouco. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei o barulho de seus passos que será diferente dos outros.

sábado, 26 de abril de 2008

Momento de ira

Ela havia me ignorando o dia todo, era como se eu falasse com a parede, todo o som que eu emitia ficava perdido no silencio dela, mas aquilo não me incomodou, me deixou um tanto quanto preocupado pensando no que havia feito...
Percebi que ficar ali emitindo os sons e deixando eles serem perdidos não era uma boa solução, então sai para pegar um pouco de ar e mudar as ideias, acho que fui calado comigo mesmo a ida e a volta toda e ao chegar tudo parecia muito bem. Ela falava mais que a boca e ainda fez o comentario: como você foi rapido! Eu achei estranho, mas não me importei até que vi ela mexendo no meu mundo, entrando nele sem nem pedir permissão e com aquele sorrisinho bobo na cara falando: estou entrando e não quero saber! Aquele momento fez com que toda a paciência fosse embora, mas eu ainda respirei fundo e decidi fazer o que mesmo que ela, ficar calado (que coisa de criança) ela emitia e eu os deixavam soltos por ai, não respondi se quer uma vez...até que ela percebeu que estava incomodando e resolveu ir embora...naquele momento eu me senti bem comigo mesmo...consegui então apagar as luzes, deitar a cabeça e sentir os sons.
Ali eu percebi que não deixaria mais nada me irritar, não por hoje...senti mais alguns sons até me sentir recuperado suficiente para ir pra luta e levantei, peguei meus trabalhos mal feitos e refiz (sim eu amo fazer isso!) até porque no final do mês vem a recompensa ;)
E assim foi, não deixei mais nada ate o final do dia me irritar...

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Atravessar a rua nem sempre eh ruim, so depende de quem espera por voce do outro lado

Tem horas na vida, que precisamos atravessar a rua...mudar!
Conhecer novas pessoas, que eh uma forma de voce olhar no espelho
e de se auto-conhecer! E os movimentos que a outra pessoa faz e voce tambem
voce pode chegar a apressia-los!
Eu ja cruzei a rua, centenas de vezes...Umas foram mais longas e muitos carros passaram por ela.
Outras foram rapidas, que com pouca emocao!
Mas a mais importante foi a ultima! Porque do outro lado, tinha quem eu sempre quis...

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Uma vida com gosto de feijão

Posso dizer que sou QUASE filho único. Minha irmã veio 8 anos depois, então cresci quase sozinho, o que de certa maneira não foi nada mal. Sou Filho de filho também quase único. Quase porque quando meu avô casou com a minha avó, já tinha outros filhos, ele era viúvo. Meu pai é o único filho da minha Vó Adoração com meu Vô Eduardo. Minha vó trabalhava num orfanato, casou mais tarde, criou tantos filhos do mundo que até deixava meu pai enciumado. Minha vó tinha essa vocação, cuidar dos outros. Quando casou com meu avô, terminou de criar os filhos dele como se fossem seus. Os sobrinhos do meu pai, filhos dos irmãos paternos, eram quase irmãos pra ele. Esses meus primos são hoje pra mim meus quase tios. Essa é a minha família. Feita de cores distintas, como um mosaico que a vida foi juntando e harmonizando. Minha vó foi o amalgama divino que Deus usou para nos unir.

Quando eu era criança, me divertia sozinho, era o filho QUASE único, meus pais trabalhavam fora e eu ficava com a minha vó. Nessa época ela não trabalhava mais, tinha ela só pra mim... Quando a meu pai chegava, brigava com ela, dizia que estava me estragando, me mimando, passando a mão na minha cabeça. Minha vó brigava com o filho por causa do neto, deixando meu pai mais uma vez enciumado. Eu já não era mais só o neto, eu também já era um irmão, neto-filho da mãe dele. Eu brincava, pulava,dançava, ria alto, sujava a roupa e ainda comia feijão, feijão frade que minha vó fazia questão de fazer pra nós dois. Quase todo dia, no final da tarde, antes do meu pai chegar em casa depois do trabalho, pouco antes de ir para a faculdade, ela me chamava com aquele ar de "Tenho uma surpresa pra você" e me entregava o meu potinho de feijão, sempre branco- ela não gostava muito dos pretos. Esse era o nosso momento íntimo, coisa de vó e neto, assunto que pai não participa. Feijão branco do interior, derretia na boca, lambias os beiços, comia até o caldinho. Nesse momento ela me contava histórias, casos de outras vidas, histórias de infância, sonhos de vida, lembranças do meu avô. Minha vó, tinha um sotaque carregado, voz forte, marcante, envolvente, protetora.

Minha vó era uma mulher grande, de quadril largo, poderia ter tido muitos filhos,mas preferiu ser mãe de todo mundo. Tinha grandes olhos azuis , que estavam sempre molhados, sorrindo pro mundo... Arrastava seus chinelos rasteiros sempre alegando conforto, não tinha nenhuma vaidade. Quando ela era criança, de família muito pobre, resolveu que não sofreria pelo o que não tinha, resolveu amar o que tinha e não choramingar pelos cantos. Ela não se maquiava, mas tinha sempre a bochecha rosada... Me botava pra dormir e depois botava meu pai também. Amava tanto o meu pai que duplicou o seu amor por mim. Minha vó tava muito velhinha, já não falava coisa com coisa. Às vezes, eu ia visitá-la e ela me confundia com o meu pai, outras vezes fazia diferente, confundia alguém comigo. Minha vó não só me ensinou a sonhar como também a realizá-los. Minha vó era assim, não queria muito da vida, mas tinha tudo o que queria. Minha vó morreu a algum tempo atras e seu último desejo foi comer feijão frade.

domingo, 20 de abril de 2008

Odeio quem me rouba a solidão sem em troca me oferecer verdadeiramente companhia

Peguei essa frase do título andando pelo meu mundo fictício. E a achei muito interessante. Primeiro porque ela veio de uma pessoa, da qual, eu achava que era sozinha e vi que ela não se importa com isso e segundo porque me consideram uma pessoa sozinha!
Mas quem disse que solidão é ruim? Por que todo esse medo dela? Ela não morde. Ela ensina!
Estar só não é castigo. É a chance de dar uma parada no tempo e se concentrar em você mesmo, de olhar pro mundo sem interferências, opiniões, tendências ou palpites e tirar novas conclusões, só suas. Perfeito pra quem é capaz de analisar e concluir. Pra quem não é, deve ser um suplício mesmo...
Pra mim. Quem está sempre cercado de amigos, parentes, gente que conheceu na balada, qualquer um... não gosta da própria companhia! E se você não suporta ficar com você mesmo, como os outros vão achar agradável?
Minha solidão me faz bem! Sou a minha melhor companhia. Eu me conheço melhor do que a mim mesmo. Respeito minhas opiniões, então nunca há discussões quando conversamos. Não me convido pra programas que sei que não vou gostar. Lemos juntos. Ouvimos a mesma música ruim juntos. É uma harmonia completa!
Na sexta feira tive meu momento solidão preferido: sair do trabalho tarde da noite, passar na loja de conveniência pra comprar uma cerveja e beber sozinho dentro do carro. Bem caminhoneiro! Bem livre! Estava só.
Então não atrapalhe meu equilíbrio se sua companhia não valer a pena. Não for útil. Ou fútil.
Companhia é mais do que presença. É sintonia! Presença eu tenho a do mundo inteiro! Companhia tem que causar prazer, conforto, uma cosquinha no céu da boca igual quando a gente bebe leite condensado.
Tem que fazer a vida ficar melhor enquanto está junto e sentir saudades quando vai embora. Ou nem ir embora.
É! Nem ir embora. Se veio me tirar a solidão então que fique. Que me substitua. E que faça bem feito! Ou melhor, que me supere!
Senão, me deixe cá no meu universo infinito particular. Só e muito bem acompanhado!

sábado, 19 de abril de 2008

Blog em Hiatus (Season Break)

Enquanto a bermuda viajante sai por ai, com seu casaco :D
Isso fica parado! Mas calma, são so dois dias, hoje e a amanha...
Domingão já estou de volta, infelizmente aqui não é feriado na segunda e eu trabalharei que nem um son of bich :D
auhauahuahuahauhauahauhauha

abraço a todos

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Irritação

O ar que você respira, me irrita (: ...
O fator deu ter acabado de perder meu oculos e estou escrevendo sem ele, me irrita (: ...
O chocolate que eu to comendo, ta nojento, me irrita (: ....
O fato de você falar que tudo é um problema e só me dar ordens, me irrita (: ....
Eu mesmo, me irrito (: ...

Eu não gosto de me sentir limitado. Não gosto de simplesmente ser obrigado a deixar de fazer certas coisas porque não sou competente o suficiente emocionalmente para aguentar o rojão. Fico com raiva de ter sentido tanto medo, de ter me reduzido a um menininho amedrontado, de ter pensado em ligar pra minha mãe e pedir pra ela vir me buscar. Fico com raiva de ter me acomodado e não ter feito as coisas que eu queria fazer, por falta de segurança.
Isso se resume ao fato deu mesmo me irritar e deu mesmo me odiar :)

Mas ultimamente, se meu colega de trabalho passa por mim e da um sorrisinho eu ja faço aquela cara do tipo: se fizer isso de novo, morre (: Ou o fato de querer dormir cedo todos os dias para NÃO ligar o msn porque ele tem me irritado e feito a vontade de matar mil pessoas ao mesmo tempo.... É, ultimamente, eu dando muito irritado..então se me encontrar na rua, ou me pegar brigando com o msn...não me procure, não fale comigo...deixe eu comigo mesmo, que eu mesmo ja me irrito bastante...não preciso da sua ajuda (:


E eu que tinha planejado escrever um post sobre a falta de posts. Ia escrever que sinto que sou um pouco como o Orhan Pamuk, que quando recebeu o Nobel de literatura disse em seu discurso, "I write because I am angry at all of you, angry at everyone." Ia escrever sobre ter notado que o fato de estar tão satisfeito com tudo na minha vida atual prejudica, nesse momento, minha capacidade de criar textos interessantes. Estava, simplesmente, feliz demais. Mas nada que um dia atras do outro, com uma noite no meio..não te faça mudar de ideia ;)

förbannad

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Sensações

Eu, particularmente, tenho que ter a sensação que as pessoas que estao ao meu lado são humanas de verdade, riem, choram, sentem dores e amores.
Mas não é sempre e nem com todas as pessoas que essas sensações aparecem. E é estranho, porque depois eu sinto isso, sinto dentro de mim uma coisa que faz com que eu jamais faça algum mal a ela, ou odeie essa pessoa.
E hoje eu senti isso...
Ao falar com a Darcy, nao consegui prestar atenção em nenhuma palavra dela, so nos olhos. Talvez porque seja a coisa que mais chama atenção, mas não foi pela beleza, foi pela sensação de que ali na minha frente, estava um ser humano, puro e indefeso...Naquele momento, era como se eu visse um "anjo". E talvez eu de verdade, precise ver isso em todas as pessoas, se bem que isso me tornaria inocente demais para esse mundo...

Post estranho e confuso, num dia estranho e confuso
é pra combinar...mas talvez, em algum lugar, alguem me entenda melhor do que eu mesmo!

terça-feira, 15 de abril de 2008

This is important for me

Quando algo passa em nossas vidas, temos que aprender a ver o seu verdadeiro valor. E não ficar reclamando, do tempo que durou, ou da intensidade que aconteceu. Devemos olhar para tudo e sabemos dizer no final que: foi bom enquanto durou. Aprender que as histórias de amor duram o tempo exato para se tornarem únicas. E que o tempo é capaz de apagar as pequenas mágoas e trazer a tona o que de mais precioso este amor nos deixou...a amizade...Mesmo assim, pode ser que um dia tudo isso acabe, mas com a amizade construiremos tudo novamente, cada vez de uma forma diferente. Sendo único e inesquecível cada momento que juntos viveremos e nos lembraremos para sempre, assim como foi com o passado...

domingo, 13 de abril de 2008

As quatro estações da minha vida

Anos atras minha vida era um completo verão. O calor, a praia, o clima, tudo pegava fogo, tudo em mim era o próprio fogo. No final de uns três anos atrás eu vivi o meu outono. Era inegável a transformação das flores em folhas caídas, do calor em uma temperatura morna, um tempo sem muito brilho, sem muita cor, simplesmente marrom, pastel, bege, cores assim…sem vida. Foi então que começou o inverno, rigoroso, neve caindo o tempo todo. Foi o próprio polo norte se mudando para dentro de mim. O dia não era mais belo como era no verão, nem pelo menos morno como era no outono. Era inverno, fazia frio… chorava a chuva na minha janela da vida.

Enquanto externamente viviam todos os últimos dias dos outono, vivia eu, internamente, os últimos dias do meu inverno. Chorei as últimas chuvas - que não mais eram temporais, mas simples gotas. Vivi eu os meus últimos dias escuros, cheio de nuvem, gelados. Me preparei agora para o início da minha primavera, ainda com vestígios de inverno, mas já pressentindo o calor do verão.

Tres anos depois, vou me enchendo de cores, de flores, de vida. Vou tirando o casaco pesado para substitui-lo pelas bermudas, mais coloridas. Vou tirando o peso e desconforto do sapato para substitui-lo pela sandália ou havaianas. Vou abrindo aos poucos a janela da vida, o vento que sopra agora não é mais tão frio, gélido, cheio de solidão.

Enquanto as pessoas se preparam para usar o cinza, me preparo eu para o vermelho, o laranja, o amarelo do verão. Me preparo, aos poucos, durante a primavera, para o verão que chegará forte, com calor, humor e alegria.

Me preparo para aprender, com a primavera da minha vida, a permitir que o inverno se vá para que, assim, o verão chegue - embora saiba que o ciclo da minha vida é eterno e que ele não pára; o inverno há de voltar.

Mas, até lá, terei passado pelo aprendizado da primavera, pela felicidade do verão e pelo morno do outono. Terei crescido, aprendido e, mais do que tudo isso, vivido. Estarei pronto para um próximo inverno, mais ou menos rigoroso, mas inverno ainda assim.

Mas, até lá, terei aproveitado cada momento que as outras estações da minha vida têm para me proporcionar. Até lá, terei vivido todas as emoções, chorado todas as lágrimas de felicidade sem me lembrar das lágrimas de tristeza, terei abraçado quem deveria ter sido abraçado e amado quem deveria ter sido amado.

sábado, 12 de abril de 2008

Se, ao fim, nem todos escapam com vida, o certo é que ninguem escapa, ao menos, sem uma profunda transformação



"Pobre é o amor que pode ser descrito." ( William Shakespeare )



" A vida só se dá pra quem se deu " ( Vinicius de Moraes )



"Ainda não sou gênio, mas chego lá porque nunca quis pouco. E sinto que estou mais perto do que nunca." (Cazuza )



A vida é para quem topa qualquer parada, e não para quem pára em qualquer topada." ( Bob Marley )



"Imagino que para lidar com as diferenças entre nós e as outras pessoas, temos que aprender compaixão, autocontrole, piedade, perdão, simpatia e amor - virtudes sem as quais nem nós, nem o mundo, podemos sobreviver." ( Wendell Berry )



"É louco quem julgar poder poupar a luz do dia para se servir dela durante a noite." ( Giovanni Guareschi )

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Muito tempo é pouco. Pouco tempo já seria muito.

Olha, eu preciso de muito tempo.

Preciso de muito tempo para ouvir suas opiniões sobre os lançamentos da sexta-feira no cinema.

Para discordarmos da chamada de capa do Estadão.

Para brincar sobre o tamanho do seu joelho ou sobre sua cicatriz de vacina muito próxima do ombro.

Preciso de muito tempo para bolar as listas e conferir quem de nós leu mais ficção nos últimos dois anos.

Para brigarmos sobre qual número vamos cravar na aposta da Mega Sena acumulada.

Para achar as chaves da porta que dá acesso a área de serviço, pegar a vassoura e varrer os cacos da garrafa de vinho que você quebrou.

Preciso de muito tempo para regar nossas samambaias e para repor a ração do nosso filhotinho de Labrador.

Para escolher as cinco melhores espécies para o nosso aquário e para definir quem abre primeiro a caixa de e-mail na manhã de sábado.

Para concordar sobre que horário chegar no aeroporto e para negociar um lugar na janela do avião quando estivermos desembarcando no
aeroporto.

Preciso de muito tempo para discutir religiões afro-brasileiras enquanto estou em dúvida se o lado esquerdo da cama realmente é o melhor.

Para conferir nosso talão de cheque e o nosso extrato bancário. Para termos aquela grande idéia e passar a ganhar dinheiro juntos em poucas semanas.

Para escolher um destino para nossas férias e para puxar o zíper do seu vestido antes de sairmos para a festa da escola do nosso filho.

Eu preciso de muito tempo para que as minhas mãos trêmulas encontrem na caixa o último lenço de papel. E para decidir se é a melhor hora de ligar pedindo perdão.

Para escolher a fileira do teatro e para perguntar alguma coisa sobre a atriz que faz o papel principal. Para reconhecer que sua sensibilidade identifica nuances que me escapam

Para montar a árvore de Natal antes que você chegue e para escolher os brincos que você nunca mais encontrou no catálogo da loja.

Eu preciso de muito tempo para espanar nossa prateleira de livros e descobrir em qual deles está sua primeira dedicatória.

Para fazer e refazer as contas e chegar a conclusão que finalmente podemos comer aquela iguaria em um restaurante caro.

Para montar um disco de músicas preferidas para nosso amigo comum. Para se recuperar daquela ressaca evitável
que você anteviu.

Eu preciso de muito tempo para balançar você na rede da varanda. Para evitar a expressão de ciúmes durante a sua conversa com um velho amigo.

Para raspar as solas dos seus pés e para sugerir um tom diferente para o esmalte das suas unhas. Para massagear suas costas na banheira de espuma e para apanhar a toalha que esquecemos no quarto.

Para limpar os cinzeiros antes que você volte da viagem profissional. Para contar as moedas que estavam presas no porquinho e acabar com a longa espera do entregador de pizza.

Eu preciso de muito tempo para te surpreender com a mudança na posição dos quadros da sala e para tomar coragem e comprar os ingressos do show da banda que mais amamos, mesmo se o show for em Buenos Aires.

Pa
ra tirar as novas medidas e aumentar o box do banheiro. Para revisar seu último texto e para regular o ar-condicionado ao teu gosto, ainda que isso me desagrade.

Para convencer você a eliminar algumas fotos minhas do teu álbum secreto. Para desbotar seus lábios que estavam carregados de batom.

Eu preciso de muito tempo para entender a sua fé e o meu ceticismo. Para compreender que também existe a minha fé e o seu ceticismo.

Para me controlar no sofá da sala até que o nosso pequeno seja acomodado no berço e você volte com o copo de água gelado que, de maneira insolente, pedi, sem completar a frase com um “por favor”.

Para trocar pneu enquanto você dispara a piada do português. Para te afagar simulando a procura de um inseto na altura da nuca.

Eu preciso de muito tempo para espalhar o condicionador nos seus cabelos e para achar meus óculos durante a madrugada mais difícil da gravidez.

Para te beijar ao mesmo tempo que conto a novidade mais recente com todos os detalhes.

Para evitar a auto-rejeição e para aprender, a seu pedido, a me acostumar com bebidas mais naturais e aprender a ingerí-las apenas uma hora após as refeições.

Eu preciso de muito tempo para deter a euforia de estar ao seu lado depois de sonhar com você. Eu preciso muito tempo para te recriminar num episódio isolado.

Eu preciso de uma vida inteira. E ainda assim vai ser pouco.

Eu preciso de muito tempo para entender que o melhor da vida TEM que ser vivido sem você. Muito tempo. :/

quinta-feira, 10 de abril de 2008

A alma dos diferentes

O mundo ainda não aprendeu a lidar com seres humanos diferentes da média. Diferente é quem foi dotado de alguns mais e de alguns menos em hora, momento e lugar errado. Para os outros. Que riem de inveja de não serem assim. E de medo de não agüentarem, caso um dia venham a ser. O diferente é um ser sempre mais próximo da perfeição. Nunca é um chato. Mas é sempre confundido com ele por pessoas menos sensíveis e avisadas. Supondo encontrar um chato onde está diferente, talentos são rechaçados; vitórias são adiadas; esperanças são mortas. Um diferente medroso, este sim acaba transformando-se num chato. Chato é um diferente que não vingou. O diferente começa a sofrer cedo, desde o colégio, onde todos os demais de mãos dadas, e até mesmo alguns professores por omissão (principalmente os mais grossos), se unem para transformar o que é peculiaridade e potencial, em aleijão e caricatura. O que é percepção aguçada em "- puxa, fulano, como você é complicado". O que é o embrião de um estilo próprio em "- Você não está vendo como é que todo mundo faz?" O diferente carrega desde cedo apelidos e carimbos nos quais acaba se transformando. Só os diferentes mais fortes do que o mundo à sua volta se transformaram (e se transformam) nos seus grandes modificadores. Diferente é o que: chora onde outros xingam; quer, onde outros cansam; espera, de onde já não vem; sonha, entre realistas; concretiza, entre sonhadores; fala de leite em reunião de bêbados; cria, onde o hábito rotiniza; perde horas em coisas que só ele sabe importantes; diz sempre na hora de calar; cala sempre nas horas erradas; fala de amor no meio da guerra; deixa o adversário fazer o gol porque gosta mais de jogar que de ganhar; aprendeu a superar o riso, o deboche, o escárnio e a consciência dolorosa de que a média é má porque é igual; vê mais longe do que o consenso; sente antes dos demais começarem a perceber; se emociona enquanto todos em torno agridem e gargalham. A alma dos diferentes é feita de uma luz além. A estrela dos diferentes tem moradas deslumbrantes que eles guardam para os poucos capazes de os sentir e entender. Nessas moradas estão os maiores tesouros da ternura humana. De que só os diferentes são capazes. Jamais mexam com o sentimento de um diferente. Ele é sensível demais para ser conquistado sem que haja conseqüência com o ato de o conquistar.

Arthur da Tavola (Cronica/1998)

O que te faz feliz?

Hoje está falando com a minha cuh do mundo surreal e ela me fez uma pergunta interessante: O que te faz feliz?
Fiquei sem resposta, afinal, nunca tinha parado para pensar no que me fazia feliz...
São pequenas coisas que me fazem feliz.

Como a lua, a praia, o mar,
a rua, a saida, amar...
Um doce, uma dança, um beijo...
Ou é goiabada com queijo?

Afinal, o que me faz feliz?

Chocolate, paixão, dormir cedo, acordar tarde,
arroz com feijão, matar a saudades...
O aumento, a casa, o carro que você sempre quis,
Ou são os sonhos que me fazem feliz?

Um filme, um dia, uma semana,
Um bem, uma foto, uma grama,
Dormir na rede, matar a sede, ler...
Ou viver um romance?

O que me faz feliz?

Um lápis, uma letra, uma conversa boa
Um cafuné, café com leite, rir à tóa,
Um passaro, ser dono do seu nariz...
Ou será um choro que te faz feliz?

A causa, a pausa, o sorvete,
sentir o vento, esquecer o tempo,
O sal, o sol, um som
O ar, a pessoa, ou o lugar?

Agora me diz,
o que te faz feliz?

quarta-feira, 9 de abril de 2008

O tempo parado na eternidade


Fabricado não é bem o termo. Porem real, jamais seria...como essa fotografia.
O fotografo por razões de "invasão da privacidade", pediu aos próprios modelos que voltassem a posar, para melhorar a fotografia. Aliás, ainda há bem pouco tempo falaram disso, do re-encontro das personagens com a fotografia original. Mesmo sendo fabricada, a fotografia é apaixonante e comovente. Por ser a preto e branco, e quase dar a ilusão de "I remember Paris: the germans were in grey and you were in blue", do Casablanca...


Fotografia de Robert Doisneau (1959)

terça-feira, 8 de abril de 2008

Heartbreak



Hoje o dia amanheceu diferente...Mais escuro talvez...
Mas para mim, ele estava normal, seria mais um dia prometendo chuva, talvez...
Logo depois que peguei ele na mão e o puxei com um pouco mais de força, so senti ele mesmo em minha mão e a chuva muito forte lá fora...
Mas o chão que se inunda é o de dentro
Da sala de estar dessa casa que até ontem eu segurava o seu coração em minhas mãos.
Olho ao redor e nada vejo a não ser móveis e objetos sem importância; tudo o que havia de mais importante se foi.
Levando consigo todos os momentos felizes vividos, todos os sorrisos roubados, os beijos apaixonados e o amor nunca antes sentido.
E o que deixou em troca foi um imenso vazio, um sentimento inigualável de perda, e um silêncio que ecoa dentro e fora de mim.
Dói tanto pensar que eu tinha tudo e agora não tenho nada.
Dizem que o que Deus une, o Homem não separa. Então porque ele separou isso? E pela segunda vez...
Vivemos procurando culpados para os nossos fracassos, quando na maioria das vezes somos nós mesmos os responsáveis.
Quando nos nos deixamos envolver pelas doutrinas de uma sociedade medíocre que nos ensina a valorizar tudo o que se pode comprar, esquecendo que companhia não está a venda. E é impossível ser feliz sozinho...Agora sei bem o que é valorizar o que se perde.
Meu coração está no escuro...
Mas de verdade não preciso de um objeto para me lembrar você! Sei que aqui dentro, nada mudou. E nunca vai mudar! E que mesmo sem ele aqui, você vai continuar olhando por mim...

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Beleza não se poem a mesa...

Há algum tempo saiu na capa da ZH, que a aparência física ajuda, e muito, na hora de conseguir um emprego. Palmas para o genio do redator. Pena que não é cientista, com tamanha percepção já teria descoberto a cura da Aids ou uma pirula que muda a aparência.

Não é de hoje que a beleza é trunfo e moeda fácil. Quem pode nos garantir que na Pré-História, não eram as mais jeitosinhas, as arrastadas pelo cabelos pra dentro de uma caverna ao invez das mais "rústicas"? Como isso foi anterior à escrita, estamos incapacitados de ler o diário de algum neandhertal ou fuçar no seu orkut a fim de saber suas preferências sexuais. Portanto, acho melhor me pegar na atualidade.

Coloque um anúncio no jornal para um cargo feminino e verá, na manhã da segunda-feira, uma enorme fila onde nem sempre a mais apta à função terá seu nome escolhido. Se o selecionador for um da minha especie, homem, então, esqueça o currículo, mande logo uma foto de biquíni frente e verso. Obviamente, não somente mulheres tem a preferência de escolha. Eu mesmo já precencie isso varias vezes, onde vinham varias secretarias e a mais bonita era sempre a que ficava. Mulheres também vêem suas vidas facilitadas por um rosto bonito e um corpo bem-feito.

A pergunta que me faço é: qual o mérito dessas pessoas? Afinal, para ser bonito, bastou nascer. Foi apenas uma roleta-russa de espermatozóides onde casualmente o mais rápido fez também a melhor combinação genética. O nascido certamente sairá do útero de sua mãe de bruços puxado pelas pernas, porque esse sim tem o cu virado pra lua.

Entretanto, facilidades, não quer dizer passar impune pela vida. A cobrança em cima dos mais bonitos é muito mais aguda do que nos desprezados pelo Vinícius de Moraes. Afinal, "as muito feias que me perdoem, mas beleza é fundamental."

Quem nunca disse que a beleza de alguém era inversamente proporcional à inteligência? Ser belo e brilhante é uma afronta, afinal, já nasceu com uma grande qualidade, duas é imperdoável.

Confesso ficar confuso no que concerne esse assunto, em como pode a aparência física estar acima da capacidade e do talento. Qualidades para mim como senso de humor, cultura e humanidade, estão todas numa hierarquia nobre em relação a corpos e rostos. A beleza por si só é cansativa, desgasta se não ao tempo, aos teus olhos. Prefiro infinitamente mais uma mulher feia, divertidíssima e carinhosa do que uma Afrodite insossa.

Personalidade sim é algo que independe de uma combinação genética. A que você tem é mérito seu, construída e idealizada ao longo de uma vida. Qualidades que independem da forma do seu nariz ou do tamanho do seu queixo. Agora, o que já nasceu pronto, não tem significado algum nas minhas escolhas, definitivamente não merece minhas palmas. É uma pena que para nossa sociedade, a imensa maioria não compartilhe da mesma opinião que eu tenho. Uma verdadeira lástima que o ditado beleza não põe mesa seja verdade. Afinal, os menos belos que põem a mesa, os mais formosos serão os donos dos restaurantes.

domingo, 6 de abril de 2008

Nomes...

Não é engraçado como existe varios nomes iguais? Isso seria uma falta de criativadade geral, que ninguem inventa um nome novo e so copia de alheios, ou é a generalização mundial?
E já reparou que alguns nomes, simplesmente, te perseguem? O grande exemplo é Fernando e seus derivados!
Lembro-me muito do bem do Fefezinho (epoca que eu nao sabia o que era ser gay) estudava comigo e era meu melhor amigo na escola, nos divertiamos muito! Era fefezinho em casa. Eu na casa de fefezinho (sem maldade) anos se passaram e essa amizade se apagou...
Entrei na faculdade nada de fernando ou derivados (aeeeeeeeeeee)
Fui trabalhar, meu melhor amigo lá se tornou o Fernandinho! O cara mais obceno do mundo, que fala mais bosta, mas o que eu mais me divertia. A gente contava cada piadinha e inventava cada merda (eterno nabo´s day) e eu vim pro canada e esse tempo ficou na saudades...
Anos mais tarde, depois da facul, encontrei Fefeca, ela com aquele jeito pouco foda de ser, me conquistou, de verdade. Mas o tempo passou, confusões vieram e Fefeca tambem sumiu da minha vida...(se ver isso, TRATE DE VOLTAR AGORA :@)
E finalmente no Canada, NENHUM brasileiro no meu trampo! O vida injusta, quando simplesmente chegaum Fernando, todo mirradinho, mas muito legal e ja virou o fe perdidao :D e espero que a gente seja amigos por muito tempo!

Post em homemagem a Jo, porque ela q deu essa ideia
e por ironia do destino a off dela se chama Fernanda

sábado, 5 de abril de 2008

o ser mais azarado do mundo...

com:
- o fraco amputado
-a cabeca furada 
-sem programa noturno

se minha vida fosse resumida pelo o dia de hoje
eu seria o ser mais azarado do mundo :D, mas alem de tudo feliz

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Is always better when we are together...

chega logo amanha!
chega! chega! chega!

eu preciso de você, das suas risadas!
because is always better when we are together :)


gab s2

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Amar...

Todo o ser humano é obrigado a amar?
Acho que sim! Afinal...

Amo...ainda amo é verdade, entretanto, sobrevivo sem o amor.

Isso não significa que eu não sofra por amor. São coisas absolutamente diferentes...
Uma é continuar a amar e a outra é querer continuar a amar! E esse querer as vezes é tão dificil, por mais que eu queria, algo, subconciente, me prende!

Por meio da escrita eu mostro meu sentimento. E não acreditar no amor é uma forma, um estado, de colocar a razão na frente do coração e evitar dores de um amor futuro!
Não que todo o amor vá causar dor, mas ele sempre termina.

E ser feliz...depende mais de mim mesmo, do que de outra pessoa. Podemos ser felizes, sem partilharmos nossa vida com alguem, em uma relação a dois.

É! Eu tenho sobrevivido sem "o" amor. Mas, isso não quer dizer que eu parei de amar, só parei de acreditar no amor...

No momento eu preciso sentir uma paixão fuminante por alguem...quem saiba assim eu não volte a acreditar no amor?