quarta-feira, 29 de abril de 2009

a garota da vitrine

Certas noites sozinha, ela pensava nele.
Certas noites sozinho, ele pensava nela.
As vezes isso acontecia ao mesmo tempo e assim eles se relacionavam: sem saber!

terça-feira, 28 de abril de 2009

"eu sei que vou te amar"

Ele: - Pelo amor de deus, me escuta. Pela vida da tua mãe. Não é possível. Deve haver a possibilidade de um ser humano escutar o outro um dia. Eu tenho sempre a sensação que você nunca me compreendeu. Eu nunca consegui passar o que eu sinto por você. O que eu sinto por você é loucura, eu sei. Eu queria dizer uma palavra e atingir a significação plena. Você entende isso?

Ela: - Não. Não te entendo.

Ele: - Deve haver uma palavra que uma vez dita muda o mundo. Parece que tem um rio no meio de nós dois. Ai eu falo, não tem rio. Ai eu olho e tem. Eu queria te dizer a verdade....

Ela: - Se você conseguisse me ouvir... Será que eu vou ter que te matar dentro de mim para você me ouvir? Será que eu vou ter que abrir uma ferida no seu coração para você me ouvir? Pelo amor de deus, não me ama tanto. Teu amor por mim, só te purifica, só te faz bonito. E eu? Eu sou o teu orgulho. Eu sou o teu desfile nas ruas. Eu sou você de vestido. Queria tanto que você me compreendesse... No silencio, ouve a minha loucura. Deve haver a possibilidade de alguém escutar o outro um dia. Deve haver uma palavra que uma vez dita, muda o mundo. Me ouve. Se não vou ter que te matar dentro de mim pra viver.

Ele: - Eu quero dizer tudo. Eu quero que minha alma saia pela boca e eu fique morto no chão, feito um atropelado. Absolutamente visível para você. A gente se amou tanto...

Ela: - Mas dizer o que?

Ele: - Dizer o que a gente não disse que sente pelo o outro.

Ela: - Mas agora? Depois que tudo acabou?


Filme (x) - essa insônia, não me faz nada bem.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

OTH

A gente, o pessoal meio que está tentando se conformar, mas a série do One Tree Hill sem a Peyton e o Lucas vai ficar mto sem graça.

É tipo, tirar um dos friends em ''Friends." One Tree Hill é como uma engrenagem, se tirar alguma peça ela para de rodar...Sem Leyton a coisa vai emperrar....

sábado, 25 de abril de 2009

ferias

"Sou um curioso na arte, atrevido na fotografia e designer de profissão."

tô sem net. má que delicia

relatos de uma sexta feira a noite

Tudo começou há um tempo atrás entre cotas e épuras. Não adiantava o relógio acusava. Eram dez horas. Tinha de ir. Correr. Arrumar. Enfrentar estrada. Viajem. – Oi! CHEGUEI! Correr para a porta. Abraço. Comprimentos. Abraços. Perguntas corriqueiras. Olhares de desprezo. Rompimentos de namoros. Birita. Violino. Risada. Planos para o futuro. Puta. Vigia. Esconde. Tamanho é documento? 40 anos? Dança. Homenagem. Gargalhada. MUITA gargalhada. Tombos. Cartões dentro da camiseta. Conversas sem sentido. Perolas.

- Amanha eles vão praticar a sexualidade deles.
- Puta como eu odeio essa manicure. Faz unha ruim. Faço tudo lá, mas quando essa puta, vagabunda vem fazer a unha eu vou a outro salão.
- Pede com jeitinho que ele mostra tudo.
- Quem ta solteira? Aquela vagabunda que ficava com 17 anos no meio da rua beijando os caras, deixando ele passar a mão na xoxota dela? Enfiar a perna no meio da delas?
- Por isso que ele esquecia de te pegar na escola
- Acabaram com meu script. Tô puto!
- Que camisa do botafogo é essa? Não tinha nenhuma outra coisa pra colocar não?
- Essa bebida é fim de balada, para melhorar o hálito. Listerine com pasta de dente!
- Gato, faz aquele drink que só você sabe me fazer.
- Você queima rosca?
- Ela tem xoxota?
- Lu..esposa. Esposa...Lu
- Meu 5 hrs da manha é cedo. Vamos pra casa da Karen? A gente coloca ela dormindo e faz uma festa no apê...HOJE É FESTAAAAAA LÁ NO MEU APÊ..PODE APARECER, VAI ROLAR *bundalelê*

Quero mais, como faz?

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Ideias de uma pessoa sem noção

L: - Então gente, estava pensando em comprar um bolo para comemorar o niver da Vick e como não vai ser todo mundo da classe que vai querer comprar, pensei só essa galerinha aqui.
B, G, F: - A gente não é namorado dela, então não vamos comprar bolo porra nenhuma.
L: - aii gente, vocês são chatos vai...eu comprarei um pequeno, na padaria mesmo.
B, G, F: - Tá vai
L: - Então me da 10 reais cada um aqui.
B: -DEZ REAIS? VOCÊ É SEM NOÇÃO? QUE BOLO PEQUENO DE PADARIA VOCÊ VAI COMPRAR COM 100 REAIS! Fora a galera que vai comer depois e vai pagar
L: - ahh .-.

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L: - gente vocês vão amanha no museu?
B, G, F: - vamos!
G: - quer ir?
L: - quero sim é o tal de MA, né?
B: - não! é MAM!
L: - não é o MA = Museu Antropológico?
B: - olha a outra viajando na antropologia e se não me engano é em goias esse museu
geral: - HAUAHUAHAUHAUAHAUHAUAHUAHAUHAUAHAUHA
L: - que? ñ to entendendo!
B: - É o MA sim, encontra a gente na porta ;)

quinta-feira, 23 de abril de 2009

vou contar o que aconteceu....

Ontem eu não estava me sentindo muito bem. Então eu acordei hoje, ainda não estava bem e não queria vim trabalhar.
Parei para pensar e todo mundo tem um substituto, até mesmo o presidente tem um vice-presidente. Sabe? Alguém. Eu não tenho ninguém. Eu estou doente e tenho que vir trabalhar do mesmo jeito, não importa o que aconteça. Nem a fim de tirar meu pijama eu estava. Então eu não tirei. Mas coloquei esse casaco, porque quero estar bem vestido. Afinal, estou trabalhando.
E eu pensei em trabalhar na cama, mas eu já fiz isso quando tive aquele problema lembra? E eu não gosto de ficar repetindo as coisas que faço. Então, tive essa brilhante idéia, sabe? Se eu estivesse em casa agora, onde eu gostaria de estar, eu estaria deitado no meu sofá, vendo TV. Então decidi que hoje vou sentar no seu sofá, porque é o mais confortável daqui e como não tem TV eu vou começar a imaginar que você é um programa que ensina a trabalhar. *deito no sofá e me cubro*. É isso que você quer fazer quando não se sente bem, estar na cama, quietinho....Cara. Esse seu cobertor me manteria acordado a noite toda. Você sabia que eles usam isso em restaurantes pra você sair rápido de lá?

- VAI TRABALHAR!

quarta-feira, 22 de abril de 2009

uma daquelas chances

Ontem quando liguei para o táxi percebi que era uma daquelas chances. Fico meio rouco e meio calmo. A voz sai divertida e as pessoas riem de mim, mesmo que eu diga apenas o nome e o número de uma rua.
É tão agradável que gosto como se eu fosse um amigo novo e simples, desses que você chama para ir ao bar, chora da mulher e que ele te entede. Eu era um desses caras sempre sorridentes que a gente, quando encontra, abraça como se tomasse o resto da Coca-Cola no gargalo. É pessoal e ao mesmo tempo ninguém aguenta não fazer. Dá vergonha e tem seu charme. Um desses caras que nitidamente foi feliz na infância porque a mãe conversava no fresquinho da noite sobre como a vida não precisa ser assustadora. Desses meninos que quando alguém quer explicar, começa falando de si mesmo.
Quando o táxi chegou na festa e eu, num ímpeto que nem sei o nome, beijei e abracei todos da entrada. Gostando de gente como nunca gosto, percebi que era uma daquelas chances. De tudo o que posso ser, esse é a que me vem com menos frequência. O garoto corado. O garoto beija e abraça e gosta e ouve todo mundo. Olha a fulana. Olha o cara. Pessoas. E quando ele vem fico nessa certeza, até um pouco doído, de que não existe nenhum outro mais verdadeiro. E que todo o resto, todo o enorme resto, é só para guardá-lo intacto em algum lugar onde as janelas são anti tudo. Mas quando alguma coisa esquece a porta aberta e a noite é quente demais para deixarmos as crianças medrosas, ele escapa. E é lindo. Quando os carrascos de fora e de dentro dormem, quando é feriado no planeta do afasta e repele e rebate. Ele sai. E é lindo. Porque a maldade do mundo inteiro entende que não se brinca com as exceções da vida. E nada de mais acontece.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

estou...

Estou vivendo, mesmo que eu pareço longe.

Estou cometendo erros passados. Estou ouvindo "same mistake" muito. Estou sorrindo quando chego em casa e escuto o som apenas do silêncio. Imaginando cenas, diálogos de coisas que ainda não vivi e nem sei se vou viver. Estou sentindo calor de tomar banho gelado. De me irritar por qualquer coisa. Estou nessa de ficar na cama um tempão pensando na vida. Estou lendo um livro por obrigação. Estou lendo artigos e blogs sem obrigação. Estou escrevendo muito e logo em seguida apagando. Postando relativamente pouco.

Estou cheio de medinhos, cheio de coisas de mulherzinha. Estou tendo sonhos loucos que me fazem acordar no meio da madrugada. Estou sentindo falta de um montão de gente. E estou sentindo que elas também estão sentindo falta de mim. Estou pensando em fazer mais uma tatuagem. Estou pensando só. Tenho ficado um tempão em silêncio só observando, observando.

Estou aqui, estou vivendo, mesmo que eu pareço longe, estou sentindo os detalhes.

domingo, 19 de abril de 2009

meu pedaçinho de gente ♥

Hoje é o aniversário do meu pedaçinho de gente, mas espere um minuto, homenageá-la por quê?

Aniversário, ao contrário do que muita gente pensa, não é um dia feliz, e muito menos é um dia como outro qualquer. É um dia onde você recebe telefonemas de pessoas que nunca te ligam, encontra pessoas que você só vê uma vez por ano e ganha um monte de camisas horríveis para trocar na semana seguinte!

E o pior disso tudo é que um monte de babaca acha que o melhor presente que pode lhe oferecer é uma ligação, logo nos primeiros horário da manhã, para lhe dar os parabéns! Parece até uma competição para ver quem te liga mais cedo. E nessa competição sempre quem perde é o aniversariante. Pelo menos perde a porra do sono.

E o porquê dar parabéns nessa data tão infame? Alguém saberia me dizer? Fazer aniversário significa que você está ficando 1 ano mais velho, ou seja, você tem 1 ano a menos de vida. Percebam: Aniversariantes estão MORRENDO! Seria mais lógico e sensato dar os pêsames para quem fica mais velho.

Quer dar alguma coisa realmente interessante no aniversário de alguém? Dê presentes caros e legais. Os presentes podem amenizar a dor de estar mais próximo da morte.

Mas algo interessante nessas datas são as festas. Mas não se enganem, sempre tem aqueles filhos de uma grandíssima prostituta que só querem fuder com você o ano inteiro, e quando percebe que seu aniversário está chegando, tenta de todos os modos atrelar-se ao evento de comemoração.

Ou seja, um puta de um cuzão, falso pra caralho, que quer poder aproveitar uma festa as custas de alguém.

Mande o aproveitador para a puta que o pariu e seja feliz. Ele não fará falta alguma.

Agora voltando ao meu pedaçinho de gente. Ela me faz pouca diferença, é feia, gordinha, chata, estranha e eu nem gosto tanto dela assim, mas a cabeçuda infeliz me escreveu um texto muito foda e me deu de aniversário....

Bi, você sabia que as melhores coisas devem ser muito pequenas. Pois são tão difíceis de encontrar...
Devem ser gordinhas, pois são difíceis de abraçar...
Devem ser que nem sabonete, porque muitas vezes escorregam pelas mãos...
Devem ser muito
altas, pois são tão difíceis de alcançar...
São porem, muito simples. Nós é que na verdade, complicamos.
A felicidade pode estar bem perto de você....

E eu descobri isso, porque minha felicidade é você

Demorou muito pra você vim e quando veio, me deixou com ciumes. Tive que aprendi a dividir, algo que eu não gosto ate hoje. Tentei por varios meios te eliminar. Deixei um dia você do lado do lixo, esperando o lixeiro. Mas nem ele te quis. Tentei te afogar na piscina, mas o pai te salvou. Te dei como comida para cachorro. Mas eles não te acharam tão saborosa assim. E meu ultimo ato foi o que quase arrebentei seus braçinhos. Mas desde então não encostei mais em ti.
Sim cara, te odiava. Era tudo a Bi pra cima, a Bi pra baixo.
"Porque a Bi tira nota alta e você não". "Porque a Bi é um amor e você me deixa de cabelos brancos". "BRUNO VENHA AQUI MENINO...ai a Bi não faz nada disso..."
Com o tempo acostumei e comecei a gostar de ter você por perto. O ruim é que agora eu amo e qualquer segundinho longe parece uma eternidade. Porque mais que irmãos, nós somos amigos.
É, com certeza, a primeira pessoa que eu penso em ligar quando algo de bom me acontece. Ou ruim também. Até porque é impossivel esconder algo de você.
Eu sei que eu te estrago e muito. Que talvez você seja tudo que é hoje, porque convive com um sem noção. Mas tudo o que você tem dentro de você é muito especial, e é o que admiro em você.
Porque, talvez, você seja tudo o que eu sempre quis ser, mas nunca tive coragem.

Ano passado acordei com festa, bolo, guaraná e tudo feito por você. Você as vezes é minha mãe. E nesse ano queria muito te dar um abraço forte, dizer que te amo e te desejo tudo de bom (mesmo sabendo que você vai ter tudo). Que você é minha pequena e que sempre que precisar, eu vou estar aqui. Mas a barreira geográfica é muito grande (pangéia, por favor!), então deixarei pra dar ele pessoalmente.

PARABENS, volta logo...porque tô te esperando pra quebrar essa porra toda

te amo, bi ♥

sábado, 18 de abril de 2009

Parabens sex (!)

Hoje é sábado...Para a maioria das pessoas, é um sábado qualquer, de balada e correria de fim-de-semana. Mas para a Camilla e todos que a amam, não pois há, exatamente, cinqüenta e nove anos atrás ela nasceu.
Uma das pessoas mais importantes na minha vida. Minha twin. Minha bocó. Minha irmã. Minha Mi (apenas mi). De todos os aniversários, esse com certeza é o mais especial. Afinal ano que vem, você vira sex(agenária). E estamos passando ele juntos.

Acho que o carinho e amor que sentimos pelas pessoas são mostrados diariamente. Na maioria das vezes, nem se percebem. Mas estão ali.
E eu poderia escrever várias coisas lindas, mas, como já disse uma vez, você não se resume em palavras. Você é nossas conversas sem fim, conclusões de horas. Você é minha psicóloga, conselheira, minha única certeza. E por você eu faço o impossível, porque eu sei que você faria o mesmo por mim. É aquele tipo de pessoa que chega a dar inveja - boa, claro - por ser tão você. Você não está nem ai, quer mais que todo mundo se dane e que ninguém te encha o saco. E passar a tarde toda sem falar com você é ruim porque não existe ninguém que me entenda como você (ou que seja mais estressadinha e ciumenta). Você tem o dom de deixar a gente feliz só de você estar com a gente.

Minha twin, você não imagina o quanto você é importante. E te dizer que eu te amo absurdos é bobeira. Porque pô, isso não é óbvio demais?

E eu mais do que ninguém te desejo fruto da arvore, cheiro de jardim, namoro no portão, domingo sem chuva, segunda sem mau humor, sábado com seu amor, boas lembranças: de tudo que já foi vivido, series com o Simon, chopp com amigos, felicidade: ao máximo, viver sem inimigos, filme antigo na TV, ter uma pessoa especial e que ela goste de você, música de axé e que você dance ate cair, frango caipira em pensão do interior, serenidade: em cada amanhecer, ouvir uma palavra amável , ter uma surpresa agradável, ver a Banda passar, noite de lua cheia, rever uma velha amizade, êxito: em cada fase da sua vida, não ter que ouvir a palavra não, nem nunca, nem jamais e adeus. amor: que nunca termina, rir como criança até a barriga doer, ouvir canto de passarinho, sarar de resfriado, escrever um poema de Amor que nunca será rasgado, formar um par ideal, um caminho: que te guie ate o futuro grandioso, tomar banho de cachoeira, pegar um bronzeado legal, aprender uma nova canção, sonhos: que se tornem realidade, esperar alguém na estação, queijo com goiabada, ver o pôr-do-sol, uma festa, um violão, uma seresta, recordar um amor antigo, ter um ombro sempre amigo, bons amigos: para todas as horas, bater palmas de alegria, uma tarde ao ar livre,ouvir a chuva no telhado, vinho branco, muito carinho meu, minha admiração: por tudo maravilhoso que você é e representa pra mim.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Das coisas dele

Ele não gosta muito de pedir coisas. Mas, quando o faz, encolhe-se um bocadinho e faz uma voz querida como quando fala com a mãe ao telefone. Se lhe dizem que sim, que lhe fazem o favor, fica muito contente, mas não é de grandes abraços e beijinhos, um sorriso e um muito obrigado mostram que se um dia precisarem ele vai retribuir. Gosta de fazer as coisas o mais à maneira dele possível. É muito calado e sabe o que quer, não fala alto para o conseguir mas arranja sempre maneira de um alerta discreto no que acha que ainda não está bem. Ele é de muitas demonstrações de afeto, mas às vezes franze o nariz a essas coisas. As vezes ele é legal outrora ele é a pessoa mais chata do mundo. É mais prático do que afetuoso. Se foi um animal noutra vida só pode ter sido um beija-flor ou algo parecido, a cabeça ta sempre antes do corpo. É ágil. É discreto, muitas vezes as pessoas não reparam nele e são capazes de lhe perguntar o nome dois meses depois de o conhecerem, isso tira-o do sério. Apesar de não gostar que se diga, ele também é bastante bonito. Os cabelos lisos e “castanhos” combinam perfeitamente com o rosto e a cor de pele. O nariz, não precisa de explicação, é o charme dele. Os lábios bem desenhados fazem pensar em que momento ele vai saltar para cima da mesa e desatar a cantar qualquer coisa sobre ser como um pássaro. Os pequenos detalhes na sua maneira de vestir dizem muito sobre ele e acho que ele nem tem tanta noção disso. Diz que lhe faz confusão às pessoas muito mais baixas que ele. Não gosta de parecer gigante, talvez tenha medo de pisar em alguém. Por outro lado ele gostaria de carregar muitas destas na palma da mão, sim, ele é confuso também. Ele há de ser qualquer coisa que ainda não sabe muito bem. Qualquer coisa sem exageros, ele é moderado, mas gosta muito de filosofar. Há de ser do tamanho que quer ou pretende. Há de continuar a não ter paciência para grandes confusões, mas deixando sempre para tomar suas decisões na última hora.

ps.: Grande parte do que foi escrito é uma questão de ritmo cardíaco e é uma pena que ele vive sempre sem ouvir o coração.


texto feito pela minnie

quinta-feira, 16 de abril de 2009

pescar o passado, esfregá-lo, repintar as partes feias e reciclar tudo por mais do que vale

Fui fazer uma limpeza e encontrei isso...

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Interrompido, caiu uma vírgula por aí, minha oração nunca será ouvida. Me perdi no meio dos sentidos. História escrita a lápis. Lápis-borracha para tudo ser mais prático. Escrita de qualquer jeito, torta, em linhas invisíveis. Com um início de perder o fôlego, mas com um eterno três pontinhos num final que nem existe. Os três pontinhos são o que me matam, ponto final seria a dureza clara e o fim da história. Três pontinhos são o que me matam. Uma história pra adultos, escrita por crianças. Você sem saber viver tantas vidas por aí. E eu sem conseguir viver porque virei seu hospedeiro. Quis sugar sua vida, e me perdi. Incapaz de me sentir por medo de ser inteiro. Saio sentindo e sendo os outros. Quis ser você inteira, morar aí dentro, bombear e mandar nas suas veias. Mas você é tão livre, tão acima do chão. Tão acima de minha cabeça. Da minha cabeça que está aos seus pés. Mas tudo isso pode se quebrar a qualquer momento. A reconstrução eterna dos meus sonhos que já nascem fragmentados para que eu possa engolir tudo aos poucos. Mas de nada adianta. Estou eu aqui de novo, mas mais uma vez tão único e surpreso. Engasgado até onde se pode sentir falta de ar. Engasgado de você ir embora, engasgado de você voltar. Engasgado de você sempre sorrir. De que vale eu deixar de existir se você não me percebe? Sigo inchado, sigo cheio de coisas para cuspir, sigo pontuado por esses batimentos cardíacos que descem e sobem quando te vejo. Poesia sem rima porque não somos bregas. E a vida sem sentidos e sem encaixe é a loucura que une nossas doenças. Estrofes com métrica, porque sabemos exatamente o que queremos, apenas não rimamos para que não exista cumplicidade. Uma história começada como a necessidade obscena e idiota de coçar o saco. E terminada pela saciedade obscena e idiota de o saco já ter sido coçado. Tudo tão simples. E eu termino me sentindo uma merda mesmo. Ditado de três palavras para você: sentimento, assim, difícil. Narração de sujeito oculto para mim: meus sentimentos escondidos até o fim. Uma redação com margem, tamanho e estilo impostos por você. Uma historia sem limites para mim. E você continua indo embora, e eu continuo ficando, vendo você levar partes de mim que antes eu nem sentia falta. E você continua escrevendo sua história pulando linhas, errando palavras, esquecendo os títulos. E eu continuo escrevendo seu nome com letras cheias, para tentar preencher você de alguma maneira. Pra tentar deixar tangível a sua existência.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

vamos passear?

Às vezes eu tenho dessa necessidade de vagar o mundo, sabe? É meu. Está aqui dentro isso. O dia amanhece e eu simplesmente não estou. Não aonde me esperam, ou desejam que esteja. Saio por aí, apenas. Acho que gosto disso: sumir. Mesmo que por pouco tempo. Desespero muitos por causa disso, principalmente aqueles que precisam de mim diariamente. Usam-me como ferramenta de trabalho, outros apenas por diversão. Mas não pensem que faço por mal. Desapareço por precisar espairecer. Conhecer lugares, pessoas e palavras. É meu. Está aqui dentro isso. E gosto disso, porque quando eu volto, sinto-me nova, renovada e pronta a toda hora, a qualquer momento, sempre que precisarem... Mas hoje eu preciso disso: sumir.

Ah, não me apresentei? Sou a criatividade, sabe? Ou inspiração, como preferirem...

desastrado .

precisa-se de um ante-braço esquerdo e dois pés.
quem quiser vender os seus, entre em contato comigo.
obrigado

domingo, 12 de abril de 2009

cada uma ney


Hoje de manha, abri meu e-mail e me deparei com esse e-mail nada engraçado.
Mas eu dei uma risadinha ;)

sábado, 11 de abril de 2009

feliz

Quando eu tinha cinco anos, minha mãe me disse que felicidade era o segredo da vida.
Então eu fui para a escola e me perguntaram o que eu queria ser quando crescer. Eu escrevi: feliz. Mas, me falaram que eu não havia entendido o verdadeiro sentindo da pergunta. Eu respondi que eles ainda não haviam entendido o verdadeiro sentindo da vida.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

um sussurro no meio da noite

- Vamos meu amor, me fale o que te atormenta. Quem sabe isso ajude a aliviar ai dentro e ambos poderemos dormir.

- A mudança. Você sabe que toda mudança, dá medo. Não importa se no final ela será perfeita, ela dá sempre medo. Porque é algo novo, que não sabemos o que iria acontecer e por mais que eu diga que odeio rotina, também odeio o começo da novidade.

- Eu sei bem disso. Era só saber de algo que poderia mudar e você ficava apavorado. Mas quero que me responda uma coisa. Não veja o lado racional, apenas seu coração. O que te prende aqui? O que faz seu coração pedir para você ficar?

- Hmm. Nada.

- Tem certeza?

- Tenho… Tá não tenho. Eu tenho meus amigos aqui, mas digamos que eles também não são nenhuma maravilha e quando eu voltar, os de verdade, estarão aqui. E tem aquela garota. Que eu não sei exatamente o que somos, ou deixamos de ser. E que do jeito que a carruagem anda, não irá durar muito. Você sabe que eu tenho o dom de fazer tudo errado sempre e quanto mais tento sair do buraco, mais fundo ele fica. Mas mesmo que durasse há sempre milhões de pessoas no meio da gente.

- Então, talvez ai esteja um bom motivo para você ir. Porque seus amigos verdadeiros, como você disse, estarão sempre aqui. E essa garota, gosta de você. Como todas as outras vezes, vocês iram voltar a ser o que já foram um dia. Não importa, onde você esteja, ou o que fará. Alias, ao contrario. Ela ficaria feliz se você fosse. Feliz por você fazer algo por você, algo que você sempre quis. Que irá te transformar em uma pessoa melhor e talvez te ajude a sair do buraco, que cada dia fica mais fundo.

- É, você está certa. Eu vou!

- Eu sabia que você ia. Você sabia. Porque eu só concordei com você, como todas as outras vezes que você ia sofrer alguma mudança. Só te induzi a seguir seu coração, que é sempre o caminho certo. Ele é puro, verdadeiro e sabe das coisas. Agora, feche os olhos. Prometo, essa noite, ficar aqui do seu lado. E você vai sonhar como serão as coisas lá, deixo até levar a tal garota de acompanhante.

- Boa noite. Não esquece que eu te amo!

- Também te amo, meu amor.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

o que vim fazer aqui?

No segundo que a água bateu em minhas costas eu entendi tudo. Todos os motivos do mundo. O grande por que. E a resposta parece que esteve ali o tempo todo, só eu não vi. Parece que quando eu era pequeno, alguém a sussurrava no meu ouvindo enquanto eu dormia. Mas, ao crescer eu esqueci.
E, vendo agora, parece que todos queriam me avisar por não estar cumprindo meu papel. Foram um, dois avisos. De modo diferente. Mas eram avisos. E eu não percebi. Foi preciso senti a água para concentrar meus pensamentos.
Sabe aquela pergunta que todos fazem? Do porque estou aqui? O que devo fazer? Eu finalmente ganhei essa resposta. Depois de tanto queimar os miolos que me restavam, consegui. E olhe que foi quase impossível. Pois sabia que casar não era. Muito menos ter filhos. Também não era para ser um famoso alguém, porque eu sou bom no meu trabalho. Bom, apenas isso. Eu faço o bem, mas não o tempo todo porque não me convem. E essas eram os únicos motivos pra mim.
Mas estou aqui, por você. Porque em algum momento você terá que ser muito forte e não teria ninguém ao seu lado para te fazer ser. E eu sei que não tenho cumprido meu papel direito, mas agora que sei, que é meu, farei o melhor possivel. Viram trovoadas, e segundo a você, elas estão próximas. Mas eu estarei aqui. Farei você forte, enxugarei suas lagrimas e te abraçarei o quanto for preciso.

Só peço que depois que eu te faça forte, não meu abandones. Pois ai, eu perderei meu único motivo para continuar aqui.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

um pequeno desabafo

As pessoas não percebem que não quero falar sobre. Não que eu não tenha mais nada para falar, pelo contrário. Poderia passar horas, talvez dias inteiros - se eu tivesse até um dia inteiro para poder pensar só em mim e no que me diz respeito -, falando sobre.
Só que não, entende? Porque ninguém se dá conta que dizer que vou adoecer se continuar desse jeito não ajuda muito. Estranhar minha expressão, alegando que pareço tristinho e, por causa disso, me oferecer o resto do dia de folga não vai fazer outra coisa, a não ser me dar mais tempo para pensar sobre.
Eu me rebelo contra as ordens vindas do alto e escolho me afogar no trabalho até as onze da noite. Recuso companhias para andar por caminhos desertos e fujo sem que se dêem conta, só para não correr o risco de ter alguém do meu lado atrapalhando minhas pegadas no deserto que existe dentro de mim.
A impressão que tenho é que, embora minhas palavras não tenham se esgotado para mim, elas se esgotaram para o resto do mundo. Então é por isso que não vou falar sobre.
Não quero contar nada que não seja trivialidade inútil ou qualquer hábito estranho que carrego comigo. Quero poder transformar meus atos simples, dando-lhes a dimensão que agora tem a minha dor. Não espero mais ser entendido e, por isso mesmo, posso falar daquele dia em que bebi demais e fui parar na casa de uma estranha, sem receio de não ser compreendido.
Não preciso de coerências, se posso me poupar do desgaste que é ser o homem que todos esperam que eu seja. Todos esperam demais de mim. Um conselho, uma postura, uma opinião, um telefonema. Quando leio coisas como "os telefones me algemam e você sabe disso", com as letras em forma de navalha picotando minha consciência, sinto por não poder conter um pranto invisível que encharca por dentro e não encontra mais por onde escapar.
Mas quem vai me ouvir ou dizer que vai passar e que tudo ficará bem? Quem vai me convencer de que todo este pesar prestes a escapulir pelos meus olhos de maresia vai encontrar um par de mãos disposto a ampará-los? Não é hora de pedir, é o momento em que ainda espero que me dêem. Um motivo qualquer, qualquer um, que me faça pensar que devo continuar com tudo. Um só.






Nenhum. Foi o que imaginei...

terça-feira, 7 de abril de 2009

questão de ponto e vírgula...

Faltava só um ponto e vírgula para descobrir que tudo é uma questão de permitir-se.

Da permissão de sentir nascer as aves mais raras de pouso tranquilo. Daquelas que mais parecem bailar pelos céus como se provocassem o sol.

Bastava descobrir que se carrega todo o necessário dentro desse músculo que pulsa, ora de dor, ora de contento. Porque só vive quem sente. E para sentir é necessário que se permita. Permita deixar a armadura de lado e experimentar o mel e o fel de cada minuto em que se descobre.

Porque o ser humano é assim, vive se re-descobrindo porque é constante mutação. Assim, fui feito da matéria que muda e enquanto estive na contramão das mudanças vesti o verbo racionalizar como escudo. Não que a razão seja inimiga, desde que não aprisione e petrifique.

Mas, quando se tem o amor de si mesmo exposto como colar de pérola no colo da moça mais faceira, tem-se a razão da vida. Porque quem ama dança e quem dança sente. Sente a liberdade da morada-corpo. Por essa razão, tenho me permitido dançar sempre que preciso lembrar como é sentir.

E sempre que sinto inicio um processo de auto-entrega, de permissão. Permitir a não ser só dono decidido que sabe onde quer chegar. Permito-me, então, a me apavorar com um futuro próximo, das dúvidas da profissão. Permito-me a chorar pelo estacionamento só porque naquele dia achei que não tinha a menor vocação para o meu trabalho, pela discussão.

Permito-me não ser apenas pilastra. Dou-me o direito da interrogação. Tudo bem, algo pode ser bom e mau ao mesmo tempo, assim como as minhas ambiguidades. Posso querer não querer, ou posso, até mesmo, me agarrar no que acho que quero só para não me dar ao trabalho de entender o porquê.

Posso caminhar sozinho, posso dar risada, posso fazer pose. Posso caminhar no tapete vermelho ou simplesmente comer em boa companhia no bistrô de uma livraria. Posso ler bons livros, e posso, e acredito que a ventania que habita em mim corre solta feito criança.

E foi quando dei a pontuação correta que descobri que posso, ainda, ter alma de criança.


ao som Soup Dragons - I'm Free

segunda-feira, 6 de abril de 2009

o que uma aula chata causa...

professora: - então, antropologicamente falando....
classe: - ¬¬ puff

---
senna passa um papel
para o careca
careca da uma risadinha
careca passa o papel para mim
eu: - ê, la vem besteira
careca: -olha olha
eu dou uma risadinha e passo o papel para Isa
Isa abre toda feliz e da uma risadinha







professora: - classe por favor. não estamos mais no jardim da infância.PAREM COM ESSE PAPEL. Aula q vem é prova

olho e vejo que a isa ta desenhando
eu: deixa eu terminar seu desenho?
isa me passa o papel e continuamos desenhando a aula toda

professora: - bom agora eu quero ver os desenhos da aula passada
eu: - ah professora! nem sem onde está o meu
professora: - na sua frente. passou a aula toda desenhando ele.
isa: - nããão, esse não.
isa se joga em cima do desenho e eu dou uma risadinha












queria ver eu explicar esse desenho na frente da classe!



Confesso que essas aulas de projeto (que só fala de antropologia) estão me cativado. a cada segundo a gente dá mais risada e nossa criatividade aflora!

É real. É possivel

Não deixe sua chama se apagar com a indiferença. Nas duvidas, sem esperança do ainda, do agora não.
Não permita que o herói na sua alma padeça frustrado e solitário com a vida que ele merecia, mas nunca foi capaz de alcançar. Podemos alcançar o mundo que desejamos. Ele existe. É real. É possível. É seu.

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Devemos andar sempre bêbados. É a única solução.
Para não sentir o fardo do tempo. Que despedaça os ombros e verga para a terra, devemos nos embriagar sem cessar.
Mas com quê? Com vinho, com poesia ou com a virtude, a teu gosto. Mas te embriaga.

domingo, 5 de abril de 2009

O melhor que eu

No final do dia a V. ainda estava à minha espera, apreensiva e, segundo ela, com algo muito sério para perguntar.

- B, quanto o senhor ganha?
- Por que você quer saber isso?
- É que meu pai quer trabalhar no seu lugar e eu gostaria de saber se o senhor ganha bem. Ele não vai usar as mesmas roupas que o senhor e nem vai chegar ouvindo música do jeito que o senhor faz e isso vai ser chato, então se não for para valer a pena eu vou dizer para ele que trabalha de graça.
- É quase isso, se formos pensar no quanto trabalho. Seu pai fez a mesma faculdade que a minha?
- Não.
- Mas então?
- Não sei, mas ele quer trabalhar no seu lugar porque acha que é melhor do que o senhor.
- Que estranho... Ele te disse isso?
- Não, mas falou para a minha mãe.
- Sua mãe?
- É. Outro dia minha mãe falou que o senhor é bom e meu pai gritou com ela, dizendo que é muito melhor, com certeza.
- Ah...
- Acho que ele quer trabalhar no seu lugar, não é isso? Foi isso que eu entendi...

Começei a acreditar na raça humana. De agora em diante deposito confiança na inocência dos inocentes. Sou capaz de acreditar, inclusive, no lobo mau. O que quer comer a Chapeuzinho Vermelho, jogando-a na parede e chamando-a de lagartixa. Ah, não é assim? Enfim... ele quer comê-la, de qualquer forma. E eu, dou risada da inocência de uns e a pouca inocência de outros.

sábado, 4 de abril de 2009

(!) you didn´t like the old me

- Sabe, quando estivemos aqui antes gastei todo o meu tempo tentando consertar as coisas. Mas, já parou para pensar que talvez a ilha queira consertar as coisas ela mesma?  E talvez eu estivesse atrapalhando?
- Sabe, não gosto do novo você. Gostava do antigo você, que não sentava e esperava as coisas acontecerem.
- Você não gostava do velho eu, Kate.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

the end

AE bandicu, deixem de ser migelados. Parem de terminar seus namoros para não gastar grana na pascoa.
Depois de MUITO filosofar sobre os namoros atuais, chegamos a essa conclusão dita acima.
Hoje em dia, ovo da garoto ta caro. Você já faz a conta certinha e com essa subida de preço, tem sempre que tirar alguem da sua familia para não dar. Você reza o ano inteiro para que alguem tenha morrido até lá, mas quando não acontece você se vê obrigado a terminar o namoro.
Isso ocorreu com sete pessoas conhecidas. Ok. Eu sou uma das sete. Pô eu me conheço, né?
Não que na hora que terminei o namoro pensei nessa vantagem, mas depois não me viu solução melhor para o termino.
E ai vai do criterio pessoal, se depois que passar a pascoa vai querer ou não voltar com ela (ele).

FELIZ PASCOA PRA VOCÊS BANDICUMIGELADOS

(tô dando antes, eu sei... mas é só homenagem ao leo que entrou para o clã dos solteiros again)

quinta-feira, 2 de abril de 2009

like a mom

Ela é pequenininha e não consegue falar sem mexer no cabelo. Mas isso só no começo, porque quando abre a boca, não tem quem a feche.
É uma fofa e sempre alegra minhas quintas. As vezes é motivo de reclamação, para eu não perder meu jeito arrogante de ser. ;)
Mas sei que tive sorte, que não encontraria alguem melhor. Virou quase uma mãe.
Semper ali disposta a conversar, dar risada, fofocar, elogiar que não sou bagunceiro (mal ela sabe que eu arrumo as coisas antes dela chegar). fazer brigadeiro e estranhar a webcam.
Sei que sou uma pessoa dificil de se lidar. Que não permito que ninguem entre, mas devagarzinho e com jeitinho você arrumou um lugar no meu coração e sem eu nem perceber.
E ao saber da noticia e olhar seus olhinhos não tem como não ficar preocupado.
Estarei aqui rezando, para que fique boa logo e ainda temos muitas quintas juntos.

Te amo sem você saber!



- não fica perto! tu ta correndo o risco de ganhar um apaixonado fiel

quarta-feira, 1 de abril de 2009

quarta, onze e cinquenta da noite

Combinei comigo um dia e um horário. Quarta, onze e cinquenta da noite. Depois que eu resolvesse os trabalhos da faculdade, os pratos que transbordavam pela pia e as pilas de roupas espalhadas pela casa. Depois que eu resolvesse o problema da grana alta que tenho que arrumar em uma semana. E depois que eu contasse centavos pra pagar nove reais da minha conta do UOL. Para isso só mudando de agência. Minha gerente é o tipinho loira burra e gostosa que chega pra trabalhar rouca porque foi em alguma micareta fora de hora (e todas não são?). Depois que eu entregasse as quinze propagandas em um mês. Um milagre que só um ser sem dormir e sem vida seria capaz de cumprir. E eu cumpri. Dormindo e com vida. Quarta, onze e cinquenta. Até lá, preciso resolver o problema do livro que o chefe voltou a me encher o saco. O problema do chefe que continua me pagando pro pão com ovo. O problema do escritório que resolveu me cobrar honorário até do segurança noturno que bateu punheta e limpou com a xerox rasurada do meu contrato. Tem também o problema da tipografia indecisa que não é decidida e agora tô há semanas sem receber pelos meus freelas. Preciso entregar aqueles textos pra historia da arte, ainda que ninguém me diga com clareza o que é pra ser feito. Bota aí alguma coisa de Revolução Francesa. Sei. Mas não era pra falar só sobre o Romantismo? Preciso inventar um jeito de saber o que é para fazer, para amanha de amanha, quando um me fala que é sobre Revolução Francesa e o outro Realismo. Tá fácil. Romantismo então? Combinei comigo um dia e um horário. Quarta, onze e cinquenta. Depois que eu resolvesse meus exames pedidos pelo médico há meses. Agora preciso correr, pra aproveitar que o meu plano bom vai pro saco e eu vou ficar com meu plano vagabundo. Depois que eu resolvesse o lance da administradora do prédio ter o CNPJ caçado e meu condomínio ter subido para o equivalente ao que eu gastaria pra visitar, duas vezes, minha amiga no Canadá. Aliás, ia me dar isso de presente de aniversario, mas esse ano fico sem presente mesmo. O importante é pagar meu porteiro que dorme na madruga enquanto eu negocio com os sequestradores relâmpago do bairro “ah, vai assaltar em alto de Pinheiros que lá tem velha rica e desocupada, aqui não tenho nem pra jujuba e preciso entregar uma revista, agora não rola ir até o caixa com você, muito menos passear pelo bairro curtindo o seu cd pirata do Simple Red remixado”. Ou também pagar ele que dorme na madrugada e demora meia hora pra abrir o portão para meu carro entrar. Combinei comigo um dia e um horário. Quarta, onze e cinquenta. Depois que eu resolvesse o lance de passar três dias por semana no Rio para melhorar minha social no trabalho. Não tenho dinheiro e pra falar a verdade (pela milésima vez) não tenho prazer nenhum em passar esses dias no Rio, longe da minha casa, marcando encontros, sempre em pé e com barulho, com gente que te enche de beijo e de festinha e nem dá tchau na hora de ir embora. A Net me cobrou em duplicidade de novo, e ainda continua sem passar um misero canal. Nenhum ser humano do planeta me abraça e sorri antes de perguntar porque ando tão magro ou porque cortei meu cabelo igual cabana de índio depois do vendaval. Meu rx do braço foi usado numa campanha de tobogãs assassinos das noites do terror. Minha fisioterapeuta me mandou aumentar as sessões para três por semana mas eu não tenho tempo ou dinheiro nem para meia. Se bem que todas duram “meia” e quando preciso ir embora, é só falar algo do tipo “tenho passado mais de duas horas no computador” ou “treino desenho umas quatro horas por dia” ou “não to sentindo direito” que ela se levanta num misto de ódio com delírio e me expulsa dali. E eu faço de conta que saiu sem querer. Minha empregada chora porque não tenho dinheiro pra pagar três vezes por semana. E eu que tô chorando pra pagar uma por mês? Meu travesseiro não agüenta mais o peso da minha cabeça. O chá boa noite só aumenta os pensamentos na minha cachola. As furadeiras do meu prédio cantam sempre em uníssono com os galos, principalmente aos domingos. Eu me enlouqueço, ora falho, eu seco, não tenho fome de nada e medo de tudo, quero sumir e odeio todo mundo. Ora bombo, faço amor até com geladeira desregulada, quero 567 filhos, amo o que segue. Vai e vem. E quarta chegou, são onze e cinquenta da noite. Coloco Nutini. Wheeeen you're loving meeee, i'm loving youuuuuuu. Apago todas as luzes. Vai, B, sofre. Você precisa sofrer um pouco. Vai. Você combinou que se daria pelo menos uns instante de luto pelo amor que morreu. Vamos lá. Uma lágrima. Um, dois, três e…e…e…ah, eu tenho mais o que fazer!

pelo menos o meu bem não ecoa mais no meu ouvido num tom amargo