quinta-feira, 28 de maio de 2009

você é uma daquelas pessoas que levam a letra da música direto ao inconsciente, deixando uma cosquinha no ouvido...meubem (L)
eu ainda morrerei pela boca

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Tirando férias

Final de semestre não é NADA facil, como todos sabem. E o meu tá POUCO complicado. Facul. Pós. Trabalho. Termino no meu portfolio a tempo. Estudar. Receber. Abraçar. Passar no exame. Arrumar as coisas e cair na vida.
Sim pouco tempo, muita coisa a se fazer. E ando soltando tiro pra todo quanto é lado, nem meu olhinho de jabuticaba que tinha o poder do desestresse ta resolvendo.
I need time, cause time is money! Então largarei meu bazar de sonho, orkuts, twitter, facemanébook, seuspace e afins por um tempo. Eu volto..sempre volto.
Mas deixo vocês acompanhados do RONALDO!

quinta-feira, 21 de maio de 2009

apaga o dia de hoje, por favor? que me dei o luxo de estar estressado

quarta-feira, 20 de maio de 2009

[...]

Burro. Esse deveria ser meu nome. Não conheço ninguém que seja mais burro do que eu. Que persiste no erro. Meu deus, você sabia que eu posso ter várias garotas por ai? Não que eu seja bonito, mas hoje em dia a raça feminina anda desesperada.
Eu saiu com elas. Dou risada. Rola aquele flertinho rotineiro. Suporto algumas mensagens no celular. Mas no exato momento que minha cabeça toca o travesseiro é em você que eu penso. Sem nem perceber, estou repassando o que falamos hoje. Ver se há algum sinal. Qualquer desculpa só para ter você na minha mente mais um pouco. Logo o bom-senso me tira de você e fala: “pare de pensar nela. Vai acabar sonhado e será doloroso ao acordar” e eu paro. Simples assim. Simples? Mentira, antes que eu veja já está você lá de novo na minha mente.
Como eu queria deixar de ser burro. Como eu queria que qualquer outra menina tivesse a importância que tu tem pra mim. Mas desde que eu me conheço por gente sempre ouvi: “querer não é poder.” Então não posso e ponto. Continuarei sonhado e quem sabe um dia desses, você olhe pra mim e comece a sonhar também, só não esquece de me avisar ;)

terça-feira, 19 de maio de 2009

encontrando pessoas desagradáveis [2]

4 hrs da manhã alguem bate com tanta força na porta do meu vizinho que parecia que batia na minha propria orelha. Calmamente levantei. Tá, quem eu to tentando enganar? Levatei muito puto da vida, xingando até a terceira geração da pessoa que estava lá e doido pra ele parar.
Abri a porta e dei de cara com uma guria que estava completamente bebada
- Bom dia, não sei se você sabe...mas o porteiro tem a chave de todos os apartamentos é só você pedir pra ele que ele abre pra você
- Ah obrigada! Farei isso

A vontade de soca-la por isso, ainda estava em mim. Mas aquela fome matinal me bateu e eu resolvi comer algo, sentado, meditando quase abro a portar pra soca-la. A menina entra no apartamento e sai um milhão de vezes e sempre batendo a porta.
Caralho, não se respeita mais o sono hoje em dia não?? Dormi mal, to mal humorado, não consigo ter ideias boas. Quero férias!

segunda-feira, 18 de maio de 2009

cansado de cantadas baratas?

você esta cansado de ouvir cantadas baratas? está cansado de não saber o que falar para aquela gata? e o peor de todos esta cansado de ouvir a insana contando suas cantadas manjadas?
AGORA SEUS PROBLEMAS TERMINARAM!
Chegou o revolucionario, extraordinario, magnifico: "Curso de cantadas da galera de D.I"

-Meu deus, que layout.
- Quando deus te fez, ele jogou o raff fora.
- Tou louco pra te dar um recall.
- Ah, um job desse lá em casa.
- Nossa, olhar pra ti me faz ter um insight.
- Vamos finalizar esta lá em casa?
- Essa não precisa nem de briefing.
- Você foi um brainstorm único.
- A de redator, profissional mais sublime de uma agência, na minha humilde opinião, seria assim: “não existe WORD pra te descrever”
- Esse ctrl + v veio melhor que o ctrl + c

domingo, 17 de maio de 2009

aval da festa

"eu quero meu aval..caralho"
"mas essa mexicana não tem nada de sapatão, ja de umas pegadas na minha bunda e quer sentar no meu colo"
"você é bonitinho, mas é ordinario"
"- você namora, não? com todo o respeito
- não, na real eu curto pra caralho você...mas respeito seu ex"
"ou desce, ou sobe"
"ta tudo miado lá em cima"
"elvissssssssssssssssssss você NÃO morreu!!"
"A P A G A a luz...PORRA"
"acho que vai rolar um: vai mais rapido..vai vai lá dentro"
"aquele elevador é o premiado. tem uma mulher lá dentro tirando a roupa"
"só vou no elevador se você for"
"qual é seu andar, gato? vou passar mais aqui"
"RONALDO"
"esse é o viado da nossa classe! tá....ele é o galinha"
"é nois em londressssss PORRA"
"é nois no méxico PORRA"
"é nois na australia PORRA"
"é nois..."
"vou ser sincero, que você é a cara de uma amiga minha...ou você é ela?"
"você vai dormir na casa dela com o REY? dorme lá em casa, diversão garantida"
"a mexicana quer vodca com guarana...pera! tem guarana no méxico?"
"tu ta lindo cara! a produção valeu a pena"
"PARE DE DANÇAR! não aguento mais te ver dançando!"
"meu nome? é vitor bruno!"
"na real que eu sou doido pra pegar sua ex, mas já q tu ta mal vou te dar uma força até pq no fim da festa ela vai vim dizer que sente carinho por você, mas q já passou"
"você gosta de chocolate? pq você me da sem parar e eu te dou sensação"
"não, o ou desce ou sobe foi tudo bem! o foda foi o ou dá ou sobe! subir não dá pq ta foda lá em cima e eu não quero dar..entao? quero a opção C"
"agora desce essa rua que eu vou comer churrascinho..FUDEU! tu errou o caminho"
"tem homem que faz isso..é tatica! finje q é gay..ve a menina tomando banho, dorme com ela e depois diz: SUPRESAAAAAAAAAAAAAAA SOU HETERO! acotence!"
"deixa eu passar esponja na suas costas? sou hetero"

queremos uma noite parecida com essa todos os dias :P

B&Insana :P

sexta-feira, 15 de maio de 2009

november

Nelson: Why a month?
Sara: Because it's long enough to be meaningful, but short enough to stay out of trouble.
Sara: Nelson do you want to be my November.
Nelson: Yes.
[...]
Nelson: November is all I know, and all I ever wanna know. This is it, life will never be better, or sweeter than this.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

faz de conta que você é minha

Minha você nunca será. Isso há um tempo me aborrecia muito. Mas acho que acostumei. Sei que você é a minha de outra pessoa.

Hoje eu quero fazer de conta. Vou imaginar que é minha e de mais ninguém. Essa foi a idéia de hoje. Sem oi, sem tchau, sem coisas feitas ou a fazer. Nada de você, nada da sua vida. Nada que constate a sua existência. Apenas a sua voz. Esse é só um dos absurdos que passam pela minha cabeça quando me salta você no peito. Como se meu coração fosse uma dessas caixinhas surpresas e você o boneco de mola pra assustar crianças. Elas se assustam, mas riem e abrem de novo e de novo.

Eu sabia que isso não ira acontecer. Ai surgiu mais uma das minhas ideias. Pra você, por alguns minutos, fazer de conta que abismos não existem. E não existem mesmo. Porque agora, nesse segundo que corri aqui pra te escrever, nesse momento não existe essa coisa de dia, de meses e de números exatos. Existe só que vamos todos morrer então pra que mesmo o orgulho de sair ileso mais um dia?.

Mais um dia ileso. Mas quando estava no estacionamento seguindo as plaquinhas de saída, eu vi que é isso que faço melhor do que ninguém.

São tantas as coisas que eu queria te falar e contar. E eu sigo fantasiando que você entende tudo e melhor que todo mundo. E isso acaba comigo, mas, ao mesmo tempo, me tira um pouco da chatice burra e apática de sempre. E então, me vem a ideia de realmente te contar as coisas. E por isso escrevo. Porque se você entra aqui pra ler, é você que, com todo o meu amor que você nem imagina, consegue sentir como eu sou. E então é mesmo essa coisa maluca de eu me livrar do que eu nem sei se sinto pro você. Sem nem saber se você sente o que já estava aí esse tempo todo. A troca do absurdo. Nisso trocamos. O absurdo.

Hoje eu perguntei a um amigo. Você era feliz com ela? E ele disse: eu era muito feliz com ela. E muito triste. Sem ela eu não sou nem uma coisa e nem outra. Eu sorri e disse pra ele: eu prefiro a vida assim. Ele disse: prefere mesmo? Eu disse, comendo um pão de queijo: não, não prefiro, mas pelo menos, assim, eu continuo fantasiando que ela é minha.

São, sei lá, duas e pouco da manhã. Passo boa parte de tudo sem doer, sem sentir tão forte. Às vezes nem parece que aconteceu. Mas o tempo todo, ainda, converso e te mostro tudo, o tempo todo. O tempo todo. O tempo todo. Não porque sou sozinho. Não porque era menos sozinho com você. Apenas porque...

Lê pra mim um texto. Com a luz apagada. Quando alguém liga eu fico cheio dos risinhos idiotas porque tiro sarro de quem tenta falar algo e não sai como sairia se fosse você.

O maior elogio que eu poderia fazer a uma pessoa era dizer assim: gosto de você além da minha imaginação, não porque aprendi a gostar, mas porque por mais que eu sonhe, você é ainda melhor que o sonho. Você é além da minha capacidade em te imaginar. E eu tenho certeza que te diria isso. Mas não posso te fazer esse elogio. Porem olha, ainda assim, olha eu aqui de novo.
Mas é isso. Você pode ler um texto, brincar do não abismo, aparecer só de vez enquando, qualquer coisa, continuar assim, mas não me esquece, por favor. Eu nunca vou esquecer você. Eu não soube o que fazer com você, mas sei o que fazer com o não você. Isso eu sei fazer e faço bem. Lembrar que era terrível e incrível. Terrível, meu amor, como poucas (ou nenhuma) coisas foram. Mas absolutamente incrível.

vida sa[l]davel

6:30. TRIIIM. acordar. se arrumar. ir pra academia. curtinho. morri.

terça-feira, 12 de maio de 2009

encontrando pessoas desagradáveis

- É até que eu to gostando daqui...
- OMFG! VOCÊ...AQUI! NÃO ACREDITO! Que mundo pequeno...
- Poxa! Muito pequeno...eu só não entendo porque eu nunca encontro a Hilarie Burton por ai...

domingo, 10 de maio de 2009

obcessão

pedido..tá pedido! não pode ficar arrependida ;)
AAAHUAHAUHAUAHUAHAUHAUAHAUHAUAHUAHAUHAUAH



Tudo começou quando a vi há uns dois anos. Ela tinha o corpo perfeito. A voz perfeita. E nos 120 min um cara transava com ela. A bunda dela me deixou sabendo que um dia aquilo aconteceria comigo. Cismei com a mulher. Assim como cismei certa vez com uma roqueira dinamarquesa que tocava guitarra ininterruptamente durante um show de três horas e só sosseguei quando ela saiu da minha casa quase paralisada. Ah, quando eu quero, tem jeito não. Depois daquilo a encontrei num bar perdido por aqui. Ela pra variar nem olhou na minha cara. E nem poderia, considerando que não fazia a mais puta ideia de quem era a minha pessoa. Mas um amigo em comum era seu amigo de infância, e ofereceu carona na hora de ir embora. Eu prontamente me ofereci para dar, no lugar dele. Mas você não vai para o outro lado da cidade, B? Não, me mudei. Acabei de me mudar. E dei a carona. Sem conseguir dizer uma única frase que se salvasse no carro. Eu automaticamente me tornei burro, metido e com voz e interjeições de um desesperado. Ainda assim, quando chegou na porta da casa dela, ela se despediu de mim e apertou tanto a minha cintura que eu achei que ia cuspir minha pedra no rim pela orelha. A pedra que eu nem tenho. E fiquei semanas com aquela dor. Amando aquela mulher rude e estranha como amei poucas coisas na vida. Ou muitas, pra falar a verdade. E então ela sumiu no mundo e eu amei outras tantas mulheres por aí. Até que ela voltou a aparecer e começou a aparecer em todos os lugares. Ela frequenta absolutamente todos os mesmos lugares que eu. Vou comer depois da aula, lá está ela tomando vinho de cachecol na mesinha ao lado. Sozinha. Sempre sozinha de um jeito que poderíamos estar todos num filme pseudo cabeçudo bom de ver quando se quer sentir inteligente, mas não muito. E nem por isso pedante, arrogante ou fazendo tipo. Ou sim, fazendo tudo isso. Mas ela tem a bunda perfeita. Então, eu decidi que ela é o máximo. Vou comer pastel na feira e lá está ela. Lendo a revista. Sempre sem olhar na minha cara. Sempre. E ela bate cartão no cinema. Sempre acompanhada daquele povo meio igual e completamente diferente. O povo de teatro. E sempre fazendo rir a todos. E super camarada de caras com muita cara de loser. E pra mim, nada. Eu me acabo de olhar, fica até chato. Já me acabei de olhar pra ela estando ela, ou eu mesmo, acompanhada. Porque é mais forte do que eu. É a mulher com a bunda mais perfeita. E nada. Ela simplesmente não me vê. E isso. Ah, e isso me deixa mais a fim ainda dessa estranha. Como eu curto uma desgraçada que caga pra mim.
Aí fiquei amigo do irmão da estranha. E então, eu resolvi falar pra ele que minha missão nessa terra é no mínimo apertar, com vontade, a bunda da irmã dele. O que é uma vontade normal para todo homem.E o irmão, tão gente boa, me ensinou o caminho das pedras. E foi então que fui ver a peça dela. Enfrentei filas e multidões com a coragem e a sabedoria do amor. Ou melhor dizendo, com o comando mais forte da vida de um homem que é a voz da estupidez que vem de baixo. Lutei bravamente contra meu jeito idoso de ser e me vi quase curtindo a peça. Ela fazia o papel de uma psicopata. Mas vamos em frente. Foco na bunda. E então. No final da peça. Ela falou sobre o ódio de amar. Como amar dá raiva. E de como ela queria que seu amado morresse. Morresse. Morresse. E foi falando e as luzes apagando. E ela gritava tanto. E nossa quase perfurou meus tímpanos. Mas olhando a bunda, eu tava gostando. Então bati palmas pra ela com todos os membros do meu corpo físico. E foi então que eu resolvi que iria atrás desse ser humano até o inferno. E foi o que eu fiz, quando soube onde que ela jantava quase sempre. Fui ate lá. E então. Ela me viu. Ela estava em pé, esperando uma mesa. Ao lado de um homem que parecia aquele do comercial de cola pra dentadura que diz “agora eu já posso comer carne!”. E eu fui chegando perto. É agora! É agora! E fui chegando perto. E ela sorrindo. Pra mim. Com seus olhos que eu nunca havia reparado antes. Bonitos. E eu fui chegando perto. Mas o que eu vou dizer quando estiver bem perto? Que quero muito apertar a bunda dela? Porque jamais vi igual? O que eu quero dizer a ela? Que adorei a peça? E que dediquei meus últimos meses a sonhar com esse momento só porque a vi pelada num filme e me apaixonei pela sua bunda? E fui chegando perto. Mas o que dizer? E então. E então. O filho da puta do garçom chamou minha amida. A mesa estava pronta. Ela sorriu novamente, como que se despedindo daquele maluco que andava em sua direção, e virou de costas pra mim. Sim, ela, a maldita bunda a qual homenageei varias vezes. Maldita. E foi se sentar com o colega Corega. Ignorando com todo o esplendor de sua divina massa traseira a minha existência. E eu. E eu? Bom, mais tarde devo dar um pulo onde foi a peça dela. Ou na feira. Ou no bar. Se não for hoje, um dia será. Algumas coisas, por mais impossíveis e malucas que pareçam, a gente sabe, bem no fundo, foram feitas pra um dia dar errado.

sábado, 9 de maio de 2009

Ser nós mesmos

Quadradas, redondas, claras, escuras, finas e grossas. Estou falando de mesas, mas poderia também ser pessoas. Porque quando todos estão à mesa, tudo se mistura. Conversas com sal. Olhares com pimenta. Sorrisos com açúcar. A mesa faz parte de nós, nos une. Nela, todos são iguais, todos querem a mesma coisa: se alimentar de momentos inesquecíveis. Mesas nos completam. Porque diate da mesa somos nós mesmos.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Às vezes você

Subi correndo no primeiro bonde, sem esperar que parasse, sem saber para onde ia. Meu caminho, pensei confuso, meu caminho não cabe nos trilhos de um bonde.*

Estamos sentados a uma distância de mais ou menos 5 metros. Tem muita gente entre nós. Eu a reconheço pela camisa. Ela adora esta camisa. Essa camisa que só se vê ela. Mas ela também não se importa muito com modas e estilos. Raramente se importa com o que vestir. Só quando realmente precisa. Já sapatos... tem um para cada dia.

Mas seria tão indelicado referir-me a seus sapatos de pano como uma imperfeição...*

Os sapatos normalmente são impecáveis. Não há como não reparar. E ela os usa porque sabe que todos reparam.

Não, você não sabe, você não sabe como tentei me interessar pelo desinteressantíssimo.*

Acho que, mesmo não pensando em estilo, ela consegue impor um estilo bem característico. E foi isso que me fez olhar pra ela com interesse. E é engraçada essa falta de vaidade. Porque ela não precisa de nada disso para ser assim..tão bela.

...sentiu a luz acesa do interior da casa filtrada pelo vidro cair sobre sua cara*

Só tem uma coisa que ela não dispensa: o perfume. E como eu gosto daquele perfume. Só dela. Só nela tem aquele cheiro. É um cheiro comestível. Sim, eu já disse isso milhões de vezes. Porque gosto quando usa ele para mim...Para os outros, me deixa com ciúmes.

Mergulho no cheiro que não defino, você me embala dentro dos meus braços, você cobre com a boca meus ouvidos entupidos de buzinas, versos interrompidos, escapamentos abertos, tilintar de telefones, máquinas de escrever, ruídos eletrônicos, britadeiras de concreto...*

Não lembro de conhecer outra pessoa que use o mesmo perfume- e ela o usa há anos. E jura que não usa quando perguntam. Diz que é o amaciante da roupa ou o sabonete. Acho que pelo jeitão dela, as pessoas acabam acreditando. Ninguém diria que ela passa perfume antes de sair de casa.
E gosto das tuas histórias. E gosto da tua pessoa. Dá um certo trabalho decodificar todas as emoções contraditórias, confusas, somá-las, diminuí-las e tirar essa síntese numa palavra só, esta: gosto.*

Pois é... ela tem suas extravagâncias. Falas nas entrelinhas, deixando eu muitas vezes no ar. Mas isso me estimula. Me faz pensar. Me faz tentar decifra-lá, mas a maioria das vezes as minhas conclusões são as erradas...

Num deserto de almas também desertas, uma alma especial reconhece de imediato a outra.*

São esquisitices que a tornam única. Principalmente porque quase ninguém sabe dessas particularidades. Ela não é arrogante, nem gosta de se exibir. E eu, olhando pra ela, agora com o rosto grudado no vidro, e com a essa chuva lá fora...

...só olhando você, sem dizer nada só olhando e pensando: Meu Deus, mas como você me dói de vez em quando!*

Na verdade, ela prefere ser exatamente este garota que eu vejo discretamente levantar agora. Mais uma na multidão. Mais uma no meio de tanta gente. Invisível aos olhos de tantos. Totalmente destacado aos meus. Me enxerga e já abre aquele sorriso que eu amo. Só que eu estou à frente e tenho que descer antes. Espero. Ela desce. Rimos. Então ela me diz:

- Abraça a sua loucura antes que seja tarde demais.*
- Minha loucura, por acaso, seria tu?


* trechos do caio fernando abreu.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

vou cair numa gandaia (8)

Tudo que existe no universo tem o seu momento certo. Assim como um grande evento biológico, um temporal, é um fato puro: tudo tem um ápice, e depois disso as coisas tendem à desmoronar sozinhas.
Algumas coisas acabam, outras duram por um bom tempo. É. Eu realmente quis dizer, um bom tempo e não para sempre, afinal, nada dura para sempre. Mas não me importo, porque tudo pode ser substituído. E convenha que para sempre, é muito, muito tempo.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

apple e seu tempo

Meu primeiro “tocador de música” foi uma vitrolinha vermelha. Em formato de maleta, possuía uma tampa que era também a caixa de som. Fechada dava para transportá-la do quarto para a sala, da sala para a cozinha. Um verdadeiro iPod da década de oitenta!

Nela eu ouvia meus disquinhos de histórias para crianças. Eram coloridos e pequenos. “Os Três Porquinhos”, “João e o Pé de Feijão”, o preferido era o da “Dona Baratinha”.

Porém, mais importante do que essas preciosidades da infância foram os discos que herdei de meu padrinho. Quando minha vó mudou de casa, no meio da arrumação, acabei ficando com as bolachas que meu tio tinha na adolescência. Peguei todas. Havia muita coisa de Jovem Guarda, um do Jorge Ben e o melhor de tudo: uma coleção de compactos dos Beatles da gravadora Apple. E com menos de dez anos de idade eu já conhecia “Don’t Let me Down”.

O mundo nunca mais foi o mesmo. Quis ser guitarrista, ganhei um violão e fui estudar música. Aprendi a tocar “O Pica Pau”, minha primeira canção. Eram três acordes. E tocava acompanhando o vinil do Erasmo, talvez como meu tio um dia fez.
Meu gosto foi ficando mais sofisticado com o tempo. Descobri Chico, Caetano, Jobim. Depois jazz, Miles, Cole Porter, George Benson. Mas hoje acordei com saudade daquele tempo.

Então fui buscar essas recordações simples e inocentes da época. Tirei-as do fundo do baú. E coloquei novamente no peito com vasto espaço para memórias imortais.

terça-feira, 5 de maio de 2009

eu comigo mesmo

Desapego. Quero mais nada dessa coisa de sentir intensamente, desse negócio de ficar insone. Chega de romantismo em excesso, não sou mais adolescente…Agora eu sou mais eu, sabia? Pixei com spray colorido meu muro de lamentações, desejo só alegria, espantei as dores. Dou até risada quando me lembro de como eu perdi o sono, a fome, a vontade de fazer algo. Acho-me patético ao pensar que há pouco tempo estava perdido, sempre procurando alguém num quarto que é só breu.
Ah, nunca mais gostar de repente, sem motivo aparente, com um turbilhão de bem querer. Finalmente, a paz! Navegarei a partir de hoje por mares mais calmos, sem tempestades. Procuro tempo firme, morno, agradável. Nada dessa montanha-russa que sobe, fico feliz; desce, vem o medo. Não vou mais ver o mundo de cabeça para baixo, continuarei em pé nos próximos meses. Afirmo e reafirmo: a partir de agora sou assim!

Falei tudo isso ainda ontem. Tive a certeza de que estava dizendo a verdade. Aí você surge hoje. Linda como nunca. Encantadora como sempre. E fez aparecer um sentir que contradiz todo o meu discurso…

sexta-feira, 1 de maio de 2009

para não sofrer

Para não sofrer eu vou me drogar de outros. Vou me entupir de elogios. Vou cheirar outras intenções. Vou encher minha cara de máscaras para não ser meu lado mais puro que tanto precisa de um espaço para existir, ridiculamente.
Não vou permitir ser ridículo, nem uma lágrima sequer, nem um segundo de olhar perdido no horizonte, nem uma nota triste no meu ouvido. Eu sei o quanto vai ser cansativo correr da dor, o quanto vai ser falso ignorar ela sentada no meu peito. Mas vou correr até minha última esquina. Vou burlar cada desesperada súplica do meu coração para que eu pare e preste atenção, nem que seja um pouquinho, um pouquinho para a dor passar.
Suor frio da corrida, sempre com sorriso duro no rosto e o medo de não ser nada daquilo que você me fez sentir que eu era.

{ E por que vendo tanto meu corpo e tão pouco minha alma? Porque quero ver você comprando o que realmente quer e não enganando querer para levar a promoção.
Não gosto das promessas de compra e das devoluções gastas do meu corpo. Cansei de expor minha alma se no fim tudo acaba mesmo. Então tá aqui ó: coxas, barriga, braços, bunda e o pau que você tanto quer.
Leve de uma vez e me engane por alguns dias. Você é igual a todas as outros e todas as outras são: lixo. O amor não existe, e, se existe, não dura pra sempre. E, se não dura pra sempre, não é amor. E nada dura pra sempre. E então o amor não existe.
Estou amargo com simplicidade, e isso é relaxante já que vivo cheio de complicações. A amargura é muito mais simples que a esperança. Estive triste do tamanho do buraco sem vida que você deixou em mim, uma concavidade sonhadora que ainda pulsa um desejo que ao mesmo tempo enoja.
Mas para não sentir dor eu vou jurar ao último ouvido do meu universo o quanto você é descartável. O quanto seu jeito não permitiu nenhuma admiração de minha parte. }

Para não sofrer não vou permitir minha cabeça no travesseiro antes do cansaço profundo e sem cérebro. Não vou permitir admirar coisas da natureza porque talvez alguma lembrança venha ao ver algo bonito.
Não vou permitir silêncios porque é aí que o meu fundo transborda e a tristeza pode me tomar sem saída. Eu vou continuar deixando a minha cabeça me martelar porque toda essa confusão é ainda menos assustadora do que a calmaria da verdade.
A verdade é a frieza do mundo, é a podridão dos desejos, são as mentiras que a gente inventa para os outros e acaba acreditando. A verdade é que mais cedo ou mais tarde você será traído, porque todo mundo tem medo de viver a entrega. A verdade é que ninguém se entrega porque ninguém se tem. A verdade é que não estamos aqui, estamos em algum lugar seguro vivendo nossas vidas medíocres. A verdade é que todo esse perfume é vergonha de nossa essência, todas essas marcas são vergonha do nosso corpo, todo esse charme despretensioso é vergonha de nossas fraquezas. A verdade é que nada é inteiro porque até o inteiro para ser todo precisa ter seu lado vazio. A verdade é que não dá para fugir da dor, e eu continuo correndo, correndo, correndo e não saindo do mesmo lugar.