Já que a vida inteira namorei meninas que eu não namorava e fui namorado de meninas que jamais namorei, resolvi namorar a Peyton e fim de papo. Comprei um estoque de lenços de papel e um quarto para que ela expresse sua arte. Tudo pensando nela.
A Peyton pode tudo. Ela pode me dizer que meu cabelo era infinitamente melhor antes do que é agora. Ela pode me dizer que eu fico infinitamente mais bonito com menos cinco quilos. Ela pode reclamar de como sou estressado e desastrado. Ela pode rir das minhas bobagens e ate tirar sarro da minha cara. E a Peyton super passa, em meus sonhos.
Quando vai dando meia noite e meia (ahh, a falta do que fazer), escovo meus dentes, coloco meu melhor pijama para ela, me tranco no escuro do meu quarto e deito na cama. Vou passar os próximos quarenta minutos vendo ela beijando outro cara, tendo cancer de útero, brigando com pessoas que ela gosta, sendo sequestrada e esfaquiada. Mas meu coração não entende nada como desgraça, a não ser a óbvia desgraça do amor.
Todos os dias ela vai morrer. Todos os dias ela chora. Todos os dias ela ama o Lucas. Todos os dias ela faz eu odiar ela, mas eu deixo porque não há nada mais sexy do que isso. Namorar quem tá cagando e andando para você então, é o auge do tesão. Por isso eu namoro a Peyton.
Nós nunca vamos nos casar, ela nunca vai conhecer minha família e eu sei que divido o seu amor com milhares de putos pagos. Não tem ilusões, não tem meiguices. Não tem nada de frescuras. É preto no branco. É sofrimento puro. É o pior namoro do mundo. Mas como diria a minha mãe "quando esse menino decide alguma coisa..."