- Morro de saudades sua, sabias?
- E como sei. A saudade é minha fiel companheira nesses últimos anos. Lamentei diariamente a minha não presença e afoguei minha agustina no seus olhos em lágrimas algumas vezes... Mas não falaremos de saudades: eu estou aqui e você está aí. Ela nunca terá fim, não?
- Nunca mesmo, penso. Afinal, não tivemos todo o tempo do mundo. Não hoje, não agora. Ontem, talvez.
- Sem essa de talvez! Agora é a certeza! A certeza de que aqui dentro é pra sempre, a certeza que se ainda se lembras de mim é um final feliz...
- Ontem. Não hoje, não agora.
- Por que insistes no não hoje e não agora? Não precisas reforçar o ontem, sei dele e anseio pelo amanhã.
- Reforço. Receio que me iludas e nunca me canse de te esperar. Nada é pra hoje: a vida recomeça amanhã. Menos a minha, ou melhor menos a nossa vida.
- Não diga bobagens! A sua vida recomeçou faz tempo! Recomeçou no dia que eu fui embora de vez e agora é apenas o fim das pedras e o início das flores: a sua primavera, amor, começou antes do tempo. Tem que aproveita-la com quem te faz feliz...
- Tenho medo.
- Não tenha. Eu tive medo e passei por cima deste. Não permiti que o medo me vencesse e saísse vitorioso nessa história! Seria doloroso demais permitir...
- Não vês que não sou mais o mesmo? Olhe pra mim!
- Ainda vejo o mesmíssimo rapaz por quem me apaixonei: cheio de incertezas, inseguranças e medos. Mas com as mesmas manias, com os mesmos jeitos e com o mesmo brilho nos olhos. Da onde tiras que não és mais o mesmo? Não diga asneiras, te proíbo!
- Eu te amo. E o meu amor por você me mata...
- Basta. Isso eu não quero ouvir. É hora de amar outra. Você pensa em mim e da aquele sorriso bobo?
- Penso, todas as noites e o sorriso bobo já vem sem eu perceber...
- Não preciso de nada além disso...
você faz eu entender as coisas eu nao entendo