sexta-feira, 18 de julho de 2008

Querida Maria,
Há ja alguns dias que tento escrever esta carta, uma daquelas que disseste nunca ter recebido,
daquelas que me tenho esforçado por escrever toda a vida.
Lembro-me de ter 13 anos, de estar sentado no meu quarto toda a noite, a ouvir a mesma canção, mil vezes, sem contar. Pensei que se conseguisse escrever algo belo, algo honesto, poderia levar alguem a amar-me.
Tenho tomado muitas coisas por garantidas. Nunca me esforçei muito, sempre evitei a responsabilidade.
Vim para cá porque quis fugir, queria estar sozinho.
Em vez disso, conheci-te. Conheci-te e tu não tomavas nada por garantido. O que fez a cada conversa nossa, me conhecer melhor.
E espero que obtenhas todos os momentos que mereces. Espero que volte a Paris e sentes enfrete ao Museu do Louvre, olhando para a pirâmide de vidro. E espero que quando o fizeres, leves a Rita contigo. Porque sei que ela ia adorar.
Desculpa se tornei a tua vida mais complicada. Lamento muitas coisas.
Mas acima de tudo, lamento nunca ter tido a oportunidade de te dizer que, independentemente do que acontecer a seguir, só sentirei gratidão por todos os momentos que passei na sua companhia. E embora continue à procura das palavras certas, tudo o que eu realmente te quero dizer é, obrigado.

Eu não quero encontrar uma garota excelente. Não quero encontrar ninguém. Só quero estar sozinho com a minha avó.