segunda-feira, 20 de maio de 2013

a escolha certa

(faz tempo que não venho por aqui, até prometi que voltaria a alguns meses atrás. mas a vida é assim, sem planejamento mesmo...então peço perdão por este "desabafo" que pode ser uma volta. ou não)

logo que cruzei a porta do meu novo emprego. isto a alguns anos atrás, dei-me de cara com uma gaja com cara de criança. que me fez pensar se eu estava no lugar errado. mas ela logo colou-se a mim com um sorriso no rosto, a dizer que amava brasileiros. que era para eu ficar falando sozinho pois adorava escutar o meu sotaque. eu podia dizer ali que tinha feito a escolha certa. que esta seria a minha grande amiga. mas não. escolhi passear nos outros andares. ver o que se passava por lá. e com isto, fiz boas amizades. das quais não me arrependo. mas foi no dia em que fui fazer a primeira apresentação de uma proposta que olhei para as pessoas da mesa e está mesma menina, da qual eu pouco falava, olhou nos meus olhos e disse baixo: calma, dará tudo certo. aquilo ficou gravado na minha memória.  a gaja com cara de criança, além de tudo era muito fofa. mas eu andava com outro pessoal. o pessoal de produto, que não ligava para nada das cenas de gráfico. e ela era de gráfico. chegávamos a nos ver algumas vezes, nas saídas da firma. nosso grupo de amigos tinham amigos em comum. até trocávamos algumas palavras, mas não éramos amigos. até o dia que tocou o meu telemóvel com uma mensagem: vai lá fora comigo? eu passei os olhos pelo pessoal do atelier e vi a gaja com cara de criança, olhado para mim. fomos para fora e ela chorou. chorou como se nos conhecêssemos a tantos anos. como se eu fosse amigo de infância dela. e eu tentei aconselhar ela. mesmo com toda a minha falta de jeito. desde então, viramos muito amigos. ela me apresentou o mundo gráfico com mais cores, linhas, letras minúsculas ou só maiúsculas. ela foi abrindo meu olhar, mostrando o quanto eu poderia crescer. e eu fui aproveitando e crescendo profissionalmente. mas fora do trabalho, éramos amigos mesmo. dela me contrar dos problemas dos gajos dela, ou deu contar que estava solteiro de novo e ela me arrumar a amiga dela "bué boazuda". é claro que houveram desentendimentos também, mas foram tão poucas vezes, mal dá para se lembrar. até sexta-feira. pois fiz a escolha certa de não ir trabalhar. estava mesmo doente. só me sabia tão bem a minha cama. e quando deu 20hrs no relógio a campainha tocou. era ela. cheia de boa vontade, de amizade, querendo cuidar de mim. me fazer companhia. com um gesto todo querido. ela havia programado cada segundo da sexta-feira. me apresentou a série que ela tanto gosta. só que os plano para sexta-feira prolongaram para sábado e domingo. foram dias muito bem passados, tão bem passados que parecia que vivíamos em um mundo paralelo, esquecemos as responsabilidades, tudo o que existia da porta e janela de fora da minha casa. ao ponto de nos encontramos nus olhando um para a cara do outro, em uma mistura da "bobagem que tínhamos feitos com" com a "bobagem do quão bom tinha sido". pois no final do domingo a realidade batia a porta, tínhamos consequências a arcar. meu coração têm dona e uma dona daquelas que mandam a muitos anos. o dela também. então como iríamos sair desta situação? não queria estragar minha amizade com a gaja mais porreira que conhecia, também não estava pronto para entrar em um relacionamento. não podia enfiar todo aquele amor por goela abaixo e dizer dizer que não existia mais. que eu não ligava se ela anda com fulano ou sicrano. mas ao mesmo tempo tinha alguém maravilhoso na minha frente. que realmente me dava valor, ao invés de só falar. foi assim, com todos estes pensamentos que me deitei no domingo, tentando fazer o pensamento: o tempo ajeita tudo, ser o maior deles. e com esse lema fui segunda-feira trabalhar, cheguei e não encontrei a menina e fui conversando com uma pessoa, com outra até a hora que meu telemóvel toca e eu saio para fora para atender, assim que abri a porta, ela estava lá e com o sorriso mais querido do mundo, me abraçou. um abraço tão verdadeiro. tão rico de sentimentos que não dá para explicar. e mesmo todo o carinho ao longo do dia, não dá para explicar. a maneira como ela mexia no meu cabelo, como falava comigo. eu só tinha a certeza, foi a escolha certa.