pedido..tá pedido! não pode ficar arrependida ;)
AAAHUAHAUHAUAHUAHAUHAUAHAUHAUAHUAHAUHAUAH
Tudo começou quando a vi há uns dois anos. Ela tinha o corpo perfeito. A voz perfeita. E nos 120 min um cara transava com ela. A bunda dela me deixou sabendo que um dia aquilo aconteceria comigo. Cismei com a mulher. Assim como cismei certa vez com uma roqueira dinamarquesa que tocava guitarra ininterruptamente durante um show de três horas e só sosseguei quando ela saiu da minha casa quase paralisada. Ah, quando eu quero, tem jeito não. Depois daquilo a encontrei num bar perdido por aqui. Ela pra variar nem olhou na minha cara. E nem poderia, considerando que não fazia a mais puta ideia de quem era a minha pessoa. Mas um amigo em comum era seu amigo de infância, e ofereceu carona na hora de ir embora. Eu prontamente me ofereci para dar, no lugar dele. Mas você não vai para o outro lado da cidade, B? Não, me mudei. Acabei de me mudar. E dei a carona. Sem conseguir dizer uma única frase que se salvasse no carro. Eu automaticamente me tornei burro, metido e com voz e interjeições de um desesperado. Ainda assim, quando chegou na porta da casa dela, ela se despediu de mim e apertou tanto a minha cintura que eu achei que ia cuspir minha pedra no rim pela orelha. A pedra que eu nem tenho. E fiquei semanas com aquela dor. Amando aquela mulher rude e estranha como amei poucas coisas na vida. Ou muitas, pra falar a verdade. E então ela sumiu no mundo e eu amei outras tantas mulheres por aí. Até que ela voltou a aparecer e começou a aparecer em todos os lugares. Ela frequenta absolutamente todos os mesmos lugares que eu. Vou comer depois da aula, lá está ela tomando vinho de cachecol na mesinha ao lado. Sozinha. Sempre sozinha de um jeito que poderíamos estar todos num filme pseudo cabeçudo bom de ver quando se quer sentir inteligente, mas não muito. E nem por isso pedante, arrogante ou fazendo tipo. Ou sim, fazendo tudo isso. Mas ela tem a bunda perfeita. Então, eu decidi que ela é o máximo. Vou comer pastel na feira e lá está ela. Lendo a revista. Sempre sem olhar na minha cara. Sempre. E ela bate cartão no cinema. Sempre acompanhada daquele povo meio igual e completamente diferente. O povo de teatro. E sempre fazendo rir a todos. E super camarada de caras com muita cara de loser. E pra mim, nada. Eu me acabo de olhar, fica até chato. Já me acabei de olhar pra ela estando ela, ou eu mesmo, acompanhada. Porque é mais forte do que eu. É a mulher com a bunda mais perfeita. E nada. Ela simplesmente não me vê. E isso. Ah, e isso me deixa mais a fim ainda dessa estranha. Como eu curto uma desgraçada que caga pra mim.
Aí fiquei amigo do irmão da estranha. E então, eu resolvi falar pra ele que minha missão nessa terra é no mínimo apertar, com vontade, a bunda da irmã dele. O que é uma vontade normal para todo homem.E o irmão, tão gente boa, me ensinou o caminho das pedras. E foi então que fui ver a peça dela. Enfrentei filas e multidões com a coragem e a sabedoria do amor. Ou melhor dizendo, com o comando mais forte da vida de um homem que é a voz da estupidez que vem de baixo. Lutei bravamente contra meu jeito idoso de ser e me vi quase curtindo a peça. Ela fazia o papel de uma psicopata. Mas vamos em frente. Foco na bunda. E então. No final da peça. Ela falou sobre o ódio de amar. Como amar dá raiva. E de como ela queria que seu amado morresse. Morresse. Morresse. E foi falando e as luzes apagando. E ela gritava tanto. E nossa quase perfurou meus tímpanos. Mas olhando a bunda, eu tava gostando. Então bati palmas pra ela com todos os membros do meu corpo físico. E foi então que eu resolvi que iria atrás desse ser humano até o inferno. E foi o que eu fiz, quando soube onde que ela jantava quase sempre. Fui ate lá. E então. Ela me viu. Ela estava em pé, esperando uma mesa. Ao lado de um homem que parecia aquele do comercial de cola pra dentadura que diz “agora eu já posso comer carne!”. E eu fui chegando perto. É agora! É agora! E fui chegando perto. E ela sorrindo. Pra mim. Com seus olhos que eu nunca havia reparado antes. Bonitos. E eu fui chegando perto. Mas o que eu vou dizer quando estiver bem perto? Que quero muito apertar a bunda dela? Porque jamais vi igual? O que eu quero dizer a ela? Que adorei a peça? E que dediquei meus últimos meses a sonhar com esse momento só porque a vi pelada num filme e me apaixonei pela sua bunda? E fui chegando perto. Mas o que dizer? E então. E então. O filho da puta do garçom chamou minha amida. A mesa estava pronta. Ela sorriu novamente, como que se despedindo daquele maluco que andava em sua direção, e virou de costas pra mim. Sim, ela, a maldita bunda a qual homenageei varias vezes. Maldita. E foi se sentar com o colega Corega. Ignorando com todo o esplendor de sua divina massa traseira a minha existência. E eu. E eu? Bom, mais tarde devo dar um pulo onde foi a peça dela. Ou na feira. Ou no bar. Se não for hoje, um dia será. Algumas coisas, por mais impossíveis e malucas que pareçam, a gente sabe, bem no fundo, foram feitas pra um dia dar errado.