sexta-feira, 22 de agosto de 2008

do pô ao amanhecer

Então hoje o sol nasceu. A pequena fresta incendiou meu quarto. Eu me levantei e abri a janela, estendi os braços. E a minha vida estava completa. Ou pelo menos deveria estar. Eu me livrei de tudo que queria. Me desvencilhei de você. Eu já nem sinto as nuvens. Na verdade as pedras sob meus pés estão a me encomodar. Estou vivendo o presente, não tenho planos pro futuro e isso não tem me atormentado. Quando eu olhei pra você naquele dia, eu percebi que tudo tinha valido a pena. E que pode se passar dois, três anos, ainda que eu te reencontre, meu corpo vai começar a formigar, minha lingua vai enrolar, eu vou começar a suar e os meus olhos vão brilhar. Eu vou perder o rumo e aquela sensação de quando você me deixou vai reaparecer e mesmo assim, nada vai ser em vão. Mas me deixa seguir, beijar outras garotas para fingir que te esqueci. Ir pra balada e voltar com um vazio enorme de quem não dormiu com um beijo de amor. Me deixe no bar com uns amigos. Com o sexo casual. Com os meus textos sem logica nem nexo. Com a minha alegria fracionada, já que eu enxergo, mas ainda não ouço.