sábado, 9 de agosto de 2008

lápis-de-cor

e a menina estranha. aquela que tinha um jeito engraçado, falava meio tropeçando nas palavras, e tinha um olhar que guardava todo sentimento que alguém é capaz de sentir. mas se tinha algo que sempre me fazia rir eram as palavras dela. todas (im)perfeitas. ela era diferente demais pra ser aceita por mim. ela me fazia pensar sem nexo, dizia coisas que me deixavam tonto e tinha idéias que eu nunca imaginei. e ela ria quando eu falava coisas sem pensar. era quando seu sorriso deixava-se aparecer. tinha olhos marcantes e aquele verde escondia algo. mas eu não gostava dela. definitivamente, não era possível. a gente não combinava. mas todos acreditavam em nós. ela era imprevisível demais, moleca demais, única demais. tudo nela era demasiado. tinha uma beleza (in)comum e um coração desajeitado. mas tinha palavras surpreendentes. frases que pareciam ser ensaiadas pra serem ditas naquele exato momento. ela tinha um manual sobre mim, que eu mesmo desconhecia. ela era como essas esquinas que deixam sempre uma virgula. um filme preto, branco e mudo mas que tinha toda a graça de prender minha atenção. era um enigma que eu não queria decifrar. prolixa e ao mesmo tempo uma curta-metragem que acaba quando se quer mais. como alguém poderia te deixar assim tão sem palavras? ela roubava minhas falas. e numa dessas, roubou meu coração...

ela me mostrava o mundo de mãos dadas com o pôr-do-sol
na tradução do rosa e o preto da gente, eu li que havia amor



(sem ponto final, mas no fôlego da vírgula)



as vezes sinto tanta falta de você ;~
o nosso pra sempre acaba rapido, mas pelo menos sempre começa de novo...