sábado, 6 de setembro de 2008

não me deixe só

nesses últimos dias eu tenho cansado de ser eu. é, minha neuroses, meus pensamentos, minha indecência me pesam demais e é difícil ser eu mesmo o tempo todo. ainda com toda essa mania de tentar me salvar de mim, de querer abraçar o mundo se, sequer consigo abraçar uma pessoa só. eu quero comer toda a felicidade pra acabar com ela rápido. porque alimentar uma ilusão é frustração na certa, aquilo fica embromando no estômago e não tem sal-de-fruta que alivie. ela te escapa por entre os dedos, escorre pela pia e eu não sei lidar com o fardo de uma alegria meia-boca. no fundo eu tenho medo. além de um patético romântico eu ainda sou um covarde assumido (brilhante, to me saindo melhor que a encomenda!). eu me apego fácil demais a tudo, então, prefiro simplesmente não saber do gosto doce da mentira que azeda quando menos se espera na espera. eu te ignoro porque eu quero que você me ignore. eu tento matar esse amor em mim pra me livrar da incerteza. eu comprimo todo aquele sentimento no meu peito e deixo ele feito nó. engulo a vontade de chorar, de berrar pro mundo que a minha alma tá sufocada e quer se libertar. me escondo por de trás da minha máscara de forte e mal-humorado pra não ser descoberto. e eu sinto uma alegria tão fora do normal em saber que você existe e que eu te odeio. odeio essa sua cara de pouco amor, cara de boba porque eu não quero me prender nos seus olhos. eu desvio o olhar, estrago tudo mostrando pra você o inconseqüente que habita as minhas entranhas. tudo isso pra tornar mais fácil e solúvel a tristeza do meu peito. eu me afasto o máximo de você, aliás, to me lixando pro fdp que tá dando em cima de você, e o verme do ciúmes tá me corroendo mas eu sou puro veneno de anti-amor. olho de soslaio pra garantir minha decepção e me livrar de você de vez o mais depressa possível. te conto a primeira coisa idiota que passa na minha cabeça desconexa pra você me absolver de mim mesmo. réu culpado, pena capital! e você ao invés de me largar, me abraça e dá risada. você tá rindo de quê? hein?! ainda me diz que acha demais essa minha espontaneidade, que meu jeito é o que te deixa feliz. você tem toda paciência do mundo em aumentar minha insanidade. não, sua besta! você tá fazendo tudo errado, eu sou homem demais e você é uma menininha. assim eu tento mais uma vez te fazer desistir de mim. desistir de entender minhas esquisitices. esse é o jeito estúpido que eu suplico, pelo amor de Deus que você nunca desista de mim.

de repente tudo o que eu sentia tomou forma de palavras