segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Oito e quatro.

Impressiona-me a rapidez do tempo que te empurra a lembrança sempre mais para trás. Desenho as formas quando necessito e tiro o pó da memória, recordando dias sem saudades e agora, falando dela, te digo que não dói. Suporta-se. Aprendi a tolerar, a deixar para depois e não chover sempre que teu nome me vem na mente e agora te conto que o coração até está pequenininho dentro do peito, mas os olhos continuam calorosos, feito sol em céu azul. E te sorrio e te canto e nos recordo. Fluidez.

Oito e quatro.

Tem vezes que o tempo assusta. Nunca imaginei uma vida de distâncias tão compridas e, por ora, me encontro sozinho, mergulhado em lembranças tão só minhas e numa incredibilidade grande. Repetitivo, bonito. Re-pe-ti-ti-vo. Saudade, saudade, saudade. Chuva, chuva, chuva. Eternidades. Discrepâncias. Destinos. Destinos? Será esse o nosso?. Desacredito. E, desacreditando, tua voz não me vem com freqüência cantar, não há mais conversas nas madrugadas insones e não imagino mais o tamanho da tua birra, nem derreto teu olhar. Estou cada vez mais distante.

Oito e quatro.

Eu penso que devia esticar os dedos para te segurar nas mãos. Um toque e tudo fica bem. Vê a impossibilidade disso tudo? Só queria uma brisa tímida me beijando o rosto e o abraço do vento no corpo. A sensação do conforto, do refúgio. E depois de algumas muitas linhas inerte, lá vem a chuva me encharcar de novo, em meio ao sorriso que solto num lamento de alívio. Pensei que não entenderia, mas continuo sem entender e continuamos, dia após dia porque assim caminha a humanidade, com passos de formiga e sem vontade...